Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de dezembro de 2015
O presidente do Sistema Fiergs, Heitor Müller, participou do programa Pampa Debates, da Rede Pampa, sob o comando de Paulo Sérgio Pinto, nesta terça-feira (22). Exemplo de experiência e sabedoria na abordagem do cotidiano da indústria e seus braços afins, enquanto segmento motor da economia no mundo todo, na apresentação, ele traçou um olhar bastante crítico sobre o ano que passou e diz que mesmo virando mais uma página do calendário, a crise permanece porque mais do que econômica, é uma crise política que depende de inúmeros fatores para dar demonstrações de mudanças, pelo menos não tão rápidas. Ele aponta as potencialidade do País, que passam pelo clima, agricultura, extensão geográfica, mas mesmo assim, ainda à parte dos mercados em expansão. O que falta neste contexto? Segundo ele, competitividade. Também há excesso de ingerência governamental, o que tolhe muitas operações. “Perdemos mercado porque não temos competitividade internacional”, diz.
Müller avalia a situação de cidades que apoiaram seu crescimento a partir do setor metal-mecânico. São as que estão mais sofrendo diante da atual crise, que afeta praticamente todos os segmentos, com exceção do agronegócio, que ainda apresenta crescimento positivo. “Hoje, até o setor alimentício vem perdendo porque as pessoas começam a controlar o que consomem e isto é muito preocupante” e é claro em afirmar que “esta é a pior crise dos últimos 114 anos, ou seja, a maior recessão desde 1901”.
Voltando o olhar ao Rio Grande do Sul, analisa a difícil realidade do Estado, mas com convicção aponta que o quadro não traduz novidade, uma vez que nos últimos 44 anos, apenas 7 apresentaram equilíbrio, o que revela que a dificuldade vem se arrastando. “Não é possível crescer de um dia para outro se não existe produção, mercado interno. Tem que mudar tudo, extinguir inclusive algumas instituições”.
Heitor Müller prega mais união entre entidades, uma união atrelada à sociedade como um todo e defende a implantação da meritocracia a fim de alavancar produtividade, em especial no serviço público.