Segunda-feira, 02 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2025
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foi dispensado de prestar depoimento como testemunha no processo da trama golpista de 2022. Ele estava na primeira leva de indicados pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, mas foi dispensado na sexta-feira (30).
Valdermar foi implicado na primeira parte do processo, pela Polícia Federal. Mas, desde então, foi poupado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Agora, nem sequer precisou dar esclarecimentos ao STF (Supremo Tribunal Federal) como testemunha.
Ele foi indiciado pela Polícia Federal junto com outras 36 pessoas na investigação sobre a suposta trama para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em novembro passado. A PGR, no entanto, não o denunciou.
A investigação colocava o dirigente da sigla no “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral”. Segundo a PF, coube a Valdemar “financiar, divulgar perante a imprensa e endossar a ação judicial que corroborava a atuação da rede de ‘especialistas’ que subsidiaram ‘estudos técnicos’ que comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022”.
Valdemar e Bolsonaro ficaram sem contato por mais de um ano por determinação de Moraes.
Na denúncia, apesar de incluir trecho sobre a representação eleitoral apresentada pelo PL, a PGR cita apenas o nome do partido junto ao de Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, sem mencionar Valdemar. Diz na sequência que “a organização criminosa sabia do falseamento de dados, mas que, até o momento, não se haja estabelecido que o presidente do Partido também o soubesse”.
O ex-ministro de Infraestrutura de Bolsonaro e governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi o primeiro a ser ouvido na sexta, em audiência que também teve a participação dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI), ex-chefe da Casa Civil, e do senador Espiridião Amin (PP-SC).
Tarcísio negou, durante depoimento ao Supremo, que o ex-presidente o tenha procurado depois da eleição de 2022 para tratar de qualquer tema relacionado a uma trama golpista.
Tarcísio foi ouvido como testemunha de defesa de Bolsonaro na ação penal a que o ex-presidente responde por tentativa de golpe. Em depoimento que durou menos de dez minutos, o governador de São Paulo só foi questionado pela defesa de Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes, relator, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, abriram mão de fazer perguntas.
Tarcísio relatou ter conversado com Bolsonaro entre novembro e dezembro de 2022, em Brasília. O período é o mesmo em que, segundo a denúncia da Procuradoria, o ex-chefe do Executivo liderou um plano de ruptura institucional. “Jamais, nunca (tivemos conversas sobre uma tentativa de golpe de Estado), assim como nunca tinha acontecido durante o meu período no ministério”, disse Tarcísio, que comandou a pasta da Infraestrutura na gestão passada.
Questionado pelo advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa de Bolsonaro, se teve conhecimento de algum fato que relacionasse o ex-presidente aos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, Tarcísio também negou. “Não, nenhum. O presidente nem sequer estava no Brasil”, disse. Vilardi seguiu perguntando sobre o teor das conversas mantidas com Bolsonaro. O governador declarou que eles falavam sobre “muitas coisas” e trocavam experiências. As informações são dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo.