Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2017
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman, afirmou nesta sexta-feira (15) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá a sua candidatura registrada em qualquer circunstância, e o julgamento pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) no dia 24 de janeiro “não acaba” com as perspectivas do petista de ter o seu nome na urna na eleição do próximo ano. A informação é do jornal O Globo.
“Quero dizer que o presidente Lula é candidato. Vai ser inscrito candidato dentro das regras eleitorais vigentes no país”, disse Gleisi, em intervalo da reunião do diretório nacional do partido, em São Paulo (SP).
A petista acrescenta ter “clareza jurídica” de que isso poderá ser efeito e argumenta que a impugnação da candidatura só pode ocorrer a partir do registro na Justiça Eleitoral, cujo prazo final é 15 de agosto.
“Não há como ser tirado o direito de o presidente Lula ser candidato antes do registro da candidatura.” Indagada se Lula seria candidato mesmo preso, Gleisi respondeu: “Essa possibilidade tem que ser analisada com juristas. Porque, na realidade, depois de uma sentença, se ela não for unânime em todos os seus aspectos, não pode ter prisão”.
Para afinar o discurso, o comando do PT convidou o advogado eleitoral Luiz Fernando Pereira a dar uma explicação sobre os prazos da Justiça Eleitoral na reunião do diretório. Pereira afirmou que, na tramitação mais rápida do processo de impugnação, o julgamento final da candidatura de Lula se encerraria a 20 dias da eleição. Esse também é o prazo final para o PT eventualmente trocar o candidato a presidente.
“Muitos candidatos já disputaram a eleição com a candidatura impugnada, inclusive 145 prefeitos foram eleitos nessa condição em 2016”, disse o advogado.
Lula fez um discurso rápido na reunião desta sexta-feira. Segundo pessoas que assistiram à fala do ex-presidente, que não foi aberta à imprensa, o petista repetiu o que havia dito em Brasília (DF) dois dias antes e declarou que se tivesse alguma dúvida sobre sua inocência não seria candidato à Presidência.
Militância
De acordo com a agência de notícias do PT, os advogados Valeska Martins, Manoel Caetano Ferreira Filho e Luiz Fernando Pereira abordaram, durante a reunião do Diretório Nacional, as questões jurídicas envolvidas na condenação do juiz Sérgio Moro e reforçaram a “necessidade de informar a militância e a população em geral da injustiça que está sendo cometida contra o ex-presidente”.
“O conjunto probatório não deixa sombra de dúvida sobre a inocência de Lula. Não deixa dúvidas de que ele nem sequer deveria ter sido acusado”, disse Valeska.
Durante o encontro, a ex-presidenta Dilma Rousseff ressaltou a “utilização de mecanismos judiciais para promover a perseguição política a Lula”.
Gleisi Hoffmann reiterou sobre a condenação de Lula: “Não se trata de uma condenação sem provas, mas de uma condenação sem crime”.
