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Política Presidente do Senado deu apenas 10 dias para Jorge Messias falar com 81 senadores e obter sua confirmação como novo ministro do Supremo

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Para ser confirmado, o advogado-geral da União precisa de pelo menos 41 votos dos 81 em disputa.

Foto: José Cruz/ABr
Para ser confirmado, o advogado-geral da União precisa de pelo menos 41 votos dos 81 em disputa. (Foto: José Cruz/ABr)

A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de marcar para 10 de dezembro a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), vai contra a expectativa do Palácio do Planalto e marca uma mudança de estratégia de Alcolumbre em sua ofensiva para sabotar Messias.

A estratégia de Alcolumbre é não dar tempo suficiente para Messias mobilizar lideranças evangélicas, integrantes do governo e até mesmo ministros do Supremo para contornar a resistência ao seu nome. Para ser confirmado, o advogado-geral da União precisa de pelo menos 41 votos dos 81 em disputa. Na prática, Alcolumbre deu um intervalo de apenas 15 dias para Messias fazer a peregrinação pelo Senado e angariar apoios à sua indicação.

“Alcolumbre dobrou a aposta e mandou Messias se virar para falar com 81 senadores em apenas 10 dias úteis”, resumiu uma fonte que acompanha de perto os bastidores.

Um interlocutor de Alcolumbre ouvido reservadamente pelo blog afirmou que o presidente do Senado “não quer cometer o mesmo erro” em que teria incorrido quando da indicação de André Mendonça para o STF, em 2021.

Naquela ocasião, Alcolumbre colocou Mendonça em banho-maria por quatro meses e adiou o agendamento da sabatina, o que deu tempo de sobra para ele procurar senadores, mobilizar aliados e virar votos para garantir a aprovação – ainda que por um placar apertado, de 47 votos favoráveis, apenas seis a mais que o necessário.

Judeu, Alcolumbre também foi alvo de uma campanha intensa nas redes sociais promovida por pastores amapaenses, que o acusaram de promover uma “guerra santa” contra o “terrivelmente evangélico” Mendonça.

Tanto agora quanto em 2021, Alcolumbre ficou contrariado com os escolhidos para o Supremo e trabalhou intensamente nos bastidores pela rejeição – o amapaense preferia o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ex-procurador-geral da República Augusto Aras para as vagas que ficaram com Messias e Mendonça, respectivamente.

Segundo aliados de presidente Lula, a ofensiva de Alcolumbre é um erro de estratégia “que vai custar caro”. “Se ele não derrotar Messias, vai ganhar um inimigo no STF para o resto da vida. Se por acaso ele conseguir derrotar o Messias, por outro lado não vai conseguir colocar o candidato dele. Uma certeza nós temos: não será o Rodrigo Pacheco [o próximo ministro do STF]”, disse ao blog um interlocutor de Lula.

Mendonça já se comprometeu a ajudar Messias a reduzir a rejeição no Senado, principalmente na tropa de choque bolsonarista e na ala da oposição que o vê como “quadro ideológico do PT” e “homem de confiança do Lula e da Dilma”.

Os dois são evangélicos – Messias é membro da Igreja Batista, enquanto Mendonça é pastor da Igreja Presbiteriana. Pesa a favor de Messias o histórico do Senado, que não rejeita uma indicação de ministro do Supremo feita por um presidente da República desde o conturbado governo Floriano Peixoto, em 1894.

Mas neste terceiro mandato de Lula, uma indicação na área de Justiça já foi barrada pela Casa – a de Igor Roque para a Defensoria Pública da União, rejeitado com apenas 35 votos a favor e 38 contrários. Antes mesmo de ser confirmado, Roque montou equipe, dava entrevistas e despachava com ministros do governo Lula, o que irritou senadores que acharam que ele sentou na cadeira antes da hora.

Messias tem sido mais cauteloso e submergiu em meio à demora de Lula em anunciar o sucessor de Luís Roberto Barroso, que decidiu antecipar a aposentadoria no mês passado.

Uma dimensão dos desafios que Messias terá pela frente ficou evidente no último dia 12, quando o Senado confirmou a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Com apenas 45 votos favoráveis, o resultado foi o mais apertado desde a redemocratização e acendeu um alerta entre os aliados de Lula. (Com informações do jornal O Globo)

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