Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2021
A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados nesta semana, mas enfrenta resistência no Senado. Na foto, Rodrigo Pacheco
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilO presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta sexta-feira (12) que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios deve ser votada na Casa até o fim de novembro.
A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados nesta semana, mas enfrenta resistência no Senado. Muitos parlamentares questionam o espaço fiscal aberto com a aprovação da proposta, de R$ 91,6 bilhões. O governo estima que precisa de R$ 47 bilhões para financiar o programa social Auxílio Brasil.
“Há um senso de urgência na solução do problema dos precatórios, assim como em relação à instituição de um programa social que substitua o Bolsa Família, que incremente o Bolsa Família e que atualiza o valor para as pessoas que são beneficiárias”, afirmou.
As declarações foram feitas pelo presidente na 26ª edição da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), na Escócia. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), escolhido como relator da matéria, falou nesta semana que acredita que a matéria deve ser aprovada até início de dezembro.
O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que pretende pautar o projeto na comissão em 24 de novembro, depois que retornar de viagem, apesar da urgência do governo.
A PEC aprovada na Câmara estabelece um teto para o pagamento de precatórios (que são as dívidas que a União é obrigada a pagar, porque já se esgotaram os recursos na Justiça) e possibilita que o governo fure o teto de gastos, uma regra de austeridade fiscal.
Com as duas medidas, a previsão é ter um espaço no orçamento de 2022 na ordem de R$ 91,6 bilhões. O líder do governo, Fernando Bezerra, admitiu que o cenário é de dificuldade para a aprovação da matéria na Casa, mas que o governo vai buscar manter o espaço fiscal criado.
O parlamentar afirmou que o ponto principal será esclarecer para onde vão os recursos gerados pela aprovação da PEC. Segundo ele, além do Auxílio Brasil, a estimativa é de que R$ 25 bilhões serão consumidos com o reajuste das despesas previdenciárias e os benefícios de prestação continuada; outra parte será destinada aos reajustes automáticos gerados pelo aumento do teto de gastos. O restante será um saldo usado para “reforçar as rubricas de investimento em áreas que estão precisando, como habitação e recursos hídricos”.
“Acho que existe uma indagação se é excessivo ou não. Não tem excesso. É uma questão a se apresentar. Meu papel vai ser procurar os líderes e convencer, mostrando as informações para que a gente eventualmente evite a redução do espaço fiscal”, afirmou. As discussões ainda estão ocorrendo, mas bancadas importantes, como o MDB, estão divididas.