Mundo Presidente do Sudão deixa África do Sul antes de Justiça decidir sobre detenção
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2015
Acusado de crimes de guerra, o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, deixou nesta segunda-feira (15) a África do Sul, antecipando-se à decisão da Justiça sul-africana sobre um pedido de prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional).
No domingo (14), uma corte da África do Sul havia requisitado que as autoridades impedissem que ele saísse do país antes da decisão final, prevista para esta segunda-feira, sobre se o governante deveria ser detido e enviado ao TPI como parte do processo iniciado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, em 2009, e por genocídio, em 2010.
Os dois mandados de prisão estão ligados aos acontecimentos em Darfur, região sudanesa assolada pela violência desde 2003. Mais de 300 mil pessoas morreram e cerca de 2 milhões desapareceram após ações do governo no local, segundo a ONU (Organizações das Nações Unidas).
Bashir foi à África do Sul para participar de uma cúpula da UA (União Africana). O TPI solicitou a Pretória que o detivesse recordando a obrigação legal da África do Sul, como um Estado-membro do tribunal, de prender e entregar Bashir caso estivesse em seu território.
Bashir está à frente do governo do Sudão desde um golpe de Estado em 1989. Ele foi reeleito em abril com 94% dos votos para um mandato de cinco anos. Por conta dos processos, desde 2009 o presidente sudanês tem limitado consideravelmente seus deslocamentos no exterior, preferindo viagens a países que não sejam membros do TPI.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a ordem de detenção emitida pelo TPI contra Bashir deve ser acatada.
