Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2016
Eleita para presidir o STJ (Superior Tribunal de Justiça) até 2018, a ministra Laurita Vaz disse que os processos da Operação Lava-Jato que tramitam na Corte prosseguirão “sem intimidações ou interferências”.
A posse dela, em setembro, coincidirá com a da ministra Cármen Lúcia no comando do STF (Supremo Tribunal Federal). De estilos diferentes, ambas são consideradas exigentes no controle das irregularidades e rigorosas no combate à corrupção.
“Ela foi sempre zelosa. Tenho certeza que fará um excelente trabalho”, afirmou a corregedora nacional de Justiça, Nancy Andrighi. Oriunda do Ministério Público, a ministra é uma magistrada tida como independente, sem pertencer a nenhum grupo no tribunal.
Em abril, Laurita e Nancy votaram pela prisão do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso Evandro Stábile, condenado por corrupção passiva. Foi a primeira vez que o STJ determinou o início imediato da pena antes do trânsito em julgado da ação.
Em 2012, a Corte referendou decisão de Laurita que afastou uma juíza do Trabalho de Rondônia e proibiu seu acesso ao tribunal, por suspeita de fraude em pagamentos bilionários de créditos trabalhistas. Neste ano, Laurita divergiu de Nancy, quando o STJ aprovou alteração no regimento para convocar juízes auxiliares, contrariando a opinião da corregedora.
A Lava-Jato respingou no tribunal. Deverão alcançar a nova gestão as investigações que Nancy mandou abrir no Conselho Nacional de Justiça para apurar se houve envolvimento dos ministros do STJ Marcelo Navarro e Benedito Gonçalves na Lava-Jato.
Delação premiada apontou que Navarro teria sido indicado para o STJ para garantir a soltura de empreiteiros. Voto vencido em algumas decisões, ele deixou a relatoria da operação no STJ, assumida por Felix Fischer.
Gonçalves deverá esclarecer as relações com o sócio da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, preso na Lava-Jato. As duas apurações são sigilosas. Também deverá ser julgada no STJ a ação penal contra o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). Ele é suspeito de receber propina na campanha de 2014. (Folhapress)