Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2018
A polícia prendeu Stephan de Souza Vieira, conhecido como BH, apontado como o chefe do Comando Vermelho em Goiás. Ele foi preso em Cabo Frio, na Região dos Lagos, na manhã deste domingo (7), por policiais da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas) e da Core, em apoio a Policiais Civis do Estado de Goiás.
BH fugiu do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia em novembro de 2017, onde cumpria pena desde 2014 por diversos crimes e, também, é apontado pelas autoridades locais como o principal responsável pelas rebeliões que estão ocorrendo na unidade prisional de onde ele escapou. Contra BH havia um mandado de prisão expedido pela Justiça de Goiás.
O traficante também é investigado por dezenas de homicídios em Goiás, por causa da disputa territorial com outras facções criminosas. Ele foi encontrado em um apartamento de luxo no bairro Vila Nova. No local também foram encontrados diversos aparelhos de telefone celular, joias, dinheiro, cadernos com a movimentação do tráfico de drogas, entre outras informações relevantes.
Complexo
O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia abriga quase três vezes mais presos do que a capacidade para a qual foi projetado. As duas unidades que foram cenário dos motins entre segunda-feira (1º) e esta sexta-feira foram consideradas “péssimas” pelas inspeções do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O trabalho do conselho identificou que o Complexo Prisional, que tem capacidade para pouco mais de 2 mil detentos, abrigava, na data das inspeções, mais de 5,8 mil presos. Nos dois presídios que tiveram rebeliões o número de detentos é bem maior que a capacidade. A POG (Penitenciária Coronel Odenir Guimarães), onde ocorreu o motim desta sexta abriga 2,6 vezes a quantidade de presos prevista; já a Colônia Agroindustrial, onde ocorreram as duas outras rebeliões, tem 2,6 vezes a lotação máxima.
Empossado nesta tarde como diretor Geral de Administração Penitenciária, o coronel Edson Costa afirmou que as inspeções feitas pelo CNJ, bem como a possível visita a Goiás da presidente do STJ (Supremo Tribunal Federal), a ministra Cármen Lúcia, devem contribuir para a elaboração de uma força-tarefa para diminuir os problemas do sistema prisional. Segundo dados do CNJ, Goiás tem 7,4 mil presos em regime fechado, 2,5 mil em regime semiaberto e 783 em regime aberto. Além deles, existia, até a manhã desta sexta-feira, 8,8 mil presos provisórios.
O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, o maior do Estado, abriga cinco presídios: a POG (Penitenciária Coronel Odenir Guimarães), onde ocorreu uma rebelião na manhã desta sexta-feira, a CPP (Casa de Prisão Provisória), a Penitenciária Feminina Consuelo Nasser, o Núcleo de Custódia, e a Colônia Industrial e Agrícola do Estado de Goiás, onde ocorreram dois motins esta semana, o primeiro deles com 9 mortos e 14 feridos.