Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2015
Documento do MPF (Ministério Público Federal) revela que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), em conluio com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ofereceu pagamento de 4 milhões de reais ao advogado Edson Ribeiro, contratado pelo ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, para que o investigado não firmasse acordo de delação premiada na Operação Lava-Jato.
A alternativa seria Cerveró assinar o acordo, mas não mencionar nem Delcídio, nem Esteves nos depoimentos. A dupla também teria pago 50 mil reais a Bernardo Cerveró, filho do ex-executivo da estatal, pelo silêncio do depoente.
O restante da família receberia a mesma quantia mensal como recompensa. O líder do governo no Senado e o banqueiro foram presos na quarta-feira. O advogado também foi detido no mesmo dia. Bernardo procurou a força-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba (PR), para relatar a existência de pressões ao pai, que negociava a assinatura de delação. Fontes relataram que ele mencionou a ofensiva contra Cerveró por parte de uma autoridade com foro privilegiado, sem menção direta a Delcídio.
A revelação sobre as ofertas em dinheiro foi feita pelo ministro Teori Zavascki, relator da operação no STF (Supremo Tribunal Federal). Por unanimidade, a Corte confirmou, na quarta-feira, a decisão tomada pelo ministro, que queria que o colegiado referendasse sua resolução de prender Delcídio. (AG)