Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 4 de abril de 2016
A PF (Polícia Federal) deflagrou em Pernambuco uma operação com o objetivo de desarticular um esquema montado nas redes sociais para ameaçar duas juízas federais. De acordo com o órgão, as mensagens eram enviadas de dentro do Complexo Prisional do Curado. Um dos suspeitos de envolvimento no caso é um detento que atualmente cumpre pena em uma das unidades prisionais.
Operação Égide de Athena.
A operação Égide de Athena busca cumprir oito mandados de condução coercitiva nos bairros do Rosarinho e Boa Viagem, no Recife, e nos municípios de Abreu e Lima e Olinda, para familiares do preso, donos de provedores e um advogado. Ao menos duas pessoas já prestaram depoimento na sede da PF, na região central do Recife.
No total, 30 policiais e um representante da OAB (Ordem dos Avogados do Brasil) de Pernambuco deram cumprimento aos mandados. Os policiais também cumpriram um mandado de prisão preventiva em favor do detento, além da transferência do homem para um presídio federal de segurança máxima.
Rastreamento dos criminosos na internet.
De acordo com a PF, a investigação começou há menos de um ano, quando um perfil suspeito no Facebook postou ameaças e intimidações a duas juízas federais. A partir da quebra do sigilo da conta suspeita na rede social, a polícia identificou os endereços dos possíveis usuários que a acessaram e quem era o internauta que a utilizou no período da publicação das mensagens ofensivas. Conforme a operadora telefônica, os acessos foram feitos a partir do aparelho que consta no nome do detento.
Durante uma ação no Complexo Prisional do Curado, foram apreendidos quatro aparelhos celulares que estavam na cela do detento e, após perícia, ficou constatado que o envio das mensagens havia sido feito através de um dos aparelhos que estavam com ele. A perícia também constatou que o preso também fez uso da mesma conta de e-mail para pedir informações sobre compra de armas, questionando o preço da entrega no Recife.
Ameaças de morte.
Caso seja comprovado o envolvimento de outras pessoas no caso, os suspeitos podem cumprir pena de até quatro anos de reclusão. Ainda segundo a PF, uma das juízas era alvo de ameaças de morte por parte do detento. Em duas situações, ela condenou o criminoso e, para se vingar, ele decidiu iniciar as ameaças pela internet.
Criminoso estava envolvido em fraudes ao seguro-desemprego e ao Bolsa Família.
O preso já participou de um esquema que desviava recursos federais para pagamento do seguro-desemprego e do Bolsa Família, em 2013. Desde o ano anterior, a quadrilha atuava em Olinda e foi responsável pela liberação de mais de 1,4 mil benefícios fraudulentos, causando um prejuízo de cercas de 7 milhões de reais aos cofres públicos. Na época, o detento foi condenado a 25 anos e quatro meses de reclusão em uma sentença expedida pela Justiça Federal. (AG)