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Brasil Presos há quatro meses, os delatores da JBS/Friboi decidiram mudar de estratégia e voltaram a colaborar com as investigações na tentativa de não ter os benefícios de seus acordos de delação suspensos

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Joesley Batista está preso desde setembro de 2017. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Presos há quatro meses, os delatores da J&F, controladora da JBS, decidiram mudar de estratégia de defesa e voltaram a colaborar com as investigações na tentativa de não ter os benefícios de seus acordos de delação suspensos definitivamente.

Os donos do grupo, os irmãos Joesley e Wesley Batista, que vinham mantendo silêncio, voltaram a falar o que sabem em ao menos três depoimentos à PF (Polícia Federal) desde dezembro.

Ex-diretor de relações institucionais do grupo, Ricardo Saud também voltará a colaborar em breve. Saud não respondeu aos questionamentos dos investigadores feitos na sede da PF, em Brasília, sobre o caso do decreto dos portos que teria beneficiado a empresa Rodrimar e que envolve o presidente Michel Temer. No entanto, disse ao delegado Clayber Lopes, responsável pela apuração, que em breve irá falar. O ex-diretor afirmou à J&F que dispensará a banca de advogados da empresa para contratar outros escolhidos por ele.

Segundo o criminalista André Callegari, que assumiu a defesa dos irmãos Batista em novembro, Joesley já se portou como delator em depoimentos à PF sobre investigações envolvendo o senador José Serra (PSDB-SP) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDBRN), preso em Natal.

No caso de Serra, o empresário reforçou as acusações contra o tucano, dizendo que ele lhe pediu 20 milhões de reais para sua campanha à Presidência em 2010 e disse que parte dos repasses foram pagos por meio de caixa dois. Desde a primeira citação, Serra nega as acusações e diz que suas campanhas foram feitas dentro da lei.

Joesley também se comprometeu a procurar provas para corroborar o relato, como registros de visitas de Serra à sede da empresa no ano da campanha.

Já Wesley Batista depôs na investigação da Operação Lama Asfáltica, do Mato Grosso do Sul, que investiga pagamentos de propina a políticos do Estado. Quando compareceram à CPI da JBS, em novembro, os irmãos ficaram calados e deram como justificativa a “situação jurídica” indefinida em que se encontravam.

Eles estavam em silêncio por dois motivos: a insegurança jurídica (diante da possibilidade de terem a delação rescindida) e o sigilo da segunda leva de anexos que entregaram à Procuradoria-Geral da República. Tinham receio de falar sobre algo que estava sob segredo de Justiça e darem motivos para suspender o acordo”, justificou Callegari.

Com a manifestação da procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, de que não há sigilo sobre esses anexos, os delatores se sentiram mais seguros para voltar a colaborar. Por outro lado, Dodge reiterou o pedido de seu antecessor, Rodrigo Janot, para que os acordos fossem rescindidos definitivamente, mas ainda falta decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Os executivos da J&F, contudo, decidiram voltar a colaborar antes da solicitação de Raquel Dodge e mantiveram a postura mesmo após ela se manifestar pelo fim de sua colaboração.

Para a procuradora-geral, Joesley e Saud romperam cláusulas do acordo ao omitirem, de forma intencional, fatos criminosos dos quais participaram ou tinham conhecimento.

Ela citou a atuação do ex-procurador Marcello Miller em nome dos interesses da J&F quando ainda ocupava o cargo na PGR, o pagamento de 500 mil reais ao senador Ciro Nogueira (PP-PI) e a existência de uma conta bancária de Saud no Paraguai.

Mesmo com a manifestação de Dodge pelo fim da negociação, a defesa dos executivos avalia que o melhor caminho para tirá-los da prisão é insistir no acordo de delação e que não há volta após tantas revelações virem à tona.

Tanto Ricardo Saud quanto os irmãos Joesley e Wesley Batista estão presos desde setembro de 2017, quando Janot levantou suspeitas sobre irregularidades praticadas na negociação da delação da J&F apontadas em uma gravação entre Saud e Joesley.

Além da rescisão do acordo, ele pediu ao ministro do STF Edson Fachin a prisão dos dois executivos e de Miller. O ministro acatou o pedido somente em relação aos delatores. Já Wesley foi preso no âmbito de uma investigação de uso de informação privilegiada para obter lucro no mercado financeiro.

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