Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2023
Deflagrado há 50 anos nos Estados Unidos por músicos, DJs, dançarinos, grafiteiros e ativistas, o movimento hip-hop motivou a criação, em Porto Alegre, do primeiro museu exclusivamente dedicado ao tema na América Latina. A inauguração é neste domingo (10) de dezembro, em área de quase 4 mil metros-quadrados na rua Parque dos Nativos nº 545, Vila Ipiranga (Zona Norte), sob organização da Associação da Cultura Hip Hop de Esteio (Região Metropolitana).
Dentre as fontes de inspiração da iniciativa está o The Universal Hip Hop Museum, fundado no Bronx, bairro de Nova York (EUA) que é considerado o berço do movimento. No caso da instituição que abre agora suas portas na capital gaúcha com o nome de “Museu da Cultura Hip-Hop RS”, o objetivo é contribuir para a preservação da memória e estímulo às manifestações do gênero no Rio Grande do Sul, que desde a década de 1980 conta com uma série de nomes fundamentais como Mano Délcio DJ, grupo J.Clip e tantos outros.
A expectativa é de 30 mil visitantes por ano. Atrações não faltam: são aproximadamente 6 mil itens salas de exposição, além de atelier para oficinas, loja, café, biblioteca, quadra poliesportiva, centro de treinamento de break dance e um estúdio de gravação. Os espaços ocupam a sede de uma antiga escola municipal, mediante concessão da prefeitura.
Com projeto arquitetônico e executivo assinado pela Goma Oficina em parceria com o Coletivo Uanda e decoração de interiores pela empresa Start, o local também conta com um pátio de eventos e intervenções culturais já funcionando desde outubro do ano passado. Coordenador-geral do projeto, Rafa Rafuagi reitera o ineditismo e relevância da iniciativa:
“O museu é fruto de um esforço dos movimentos gaúcho e brasileiro de hip-hop, principalmente de pessoas que acreditaram na ideia, em uma caminhada pioneira no continente e que serve de exemplo a outros Estados para que também criem seus museus temáticos. Abrimos as portas para compartilhar conhecimento e uma nova forma de relação em comunidade, com 25 atrações para todas os públicos, proporcionando um mergulho nesse universo repleto de possibilidades, inclusive profissionalizantes”.
Apoios
A iniciativa é financiada pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio de Petrobras e NuBank, realização do Ministério da Cultura e financiamento do programa Pró-Cultura-RS do governo do Estado, com apoio do Ministério Público do Trabalho e os patrocínios de Tintas Renner, Lojas Quero Quero, Fitesa e Instituto SLC.
O ano de 2023 já é um marco para a cultura hip-hop no Brasil. Em meio às comemorações do cinquentenário do movimento o governo federal assinou um pacote de medidas a favor da igualdade racial, incluindo o Decreto de Valorização e Fomento à Cultura Hip-Hop e um projeto de lei que prevê a criação o Dia Nacional do Hip Hop, a ser comemorado anualmente em 11 de agosto.
(Marcello Campos)