Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2022
A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) afirmou, em nota divulgada nesta sexta-feira (11), que a prioridade na imunização contra a Covid-19 deve ser aplicar as duas doses do esquema vacinal primário mais a dose de reforço.
A entidade lembrou que apenas cerca de 33% da população que pode tomar uma vacina contra a doença recebeu a dose de reforço – essencial para combater a variante ômicron do Sars-CoV-2.
A SBI também pontuou que aplicar uma quarta dose de vacina na população geral é, por enquanto, uma iniciativa individual lançada por alguns locais – e que ainda precisa de dados mais robustos para ser feito em todo o país.
“A prioridade em termos de cobertura vacinal contra a Covid-19 pela população geral é a realização do esquema básico (2 doses iniciais ou dose única), com atenção especial para dose de reforço a ser aplicada quatro meses após completar o esquema básico”, disse, em nota, a SBI.
A sociedade lembrou que existe uma grande desigualdade na cobertura vacinal entre as diferentes regiões do país – e que, em lugares onde há uma alta cobertura da população adulta com três doses, tem havido iniciativas de aplicação da quarta dose em pessoas acima de 60 anos. Nesta semana, isso ocorreu, por exemplo, em Botucatu (SP).
Já o governo de São Paulo anunciou que o estado adotaria uma quarta dose para a população geral, mas ainda não definiu datas para que isso ocorra.
Quarta dose
Na quinta-feira (10), o Ministério da Saúde passou a recomendar uma quarta dose de vacina para adolescentes de 12 a 17 anos que sejam imunossuprimidos.
No comunicado desta sexta (11), a SBI reforçou a importância dessa medida: “Em relação aos imunossuprimidos, por essa população ser intrinsecamente menos responsiva à imunização, o esquema vacinal básico já é composto por três doses de vacina, sendo que a 4ª dose nesses indivíduos é altamente recomendada, como dose de reforço, como se fosse a 3ª dose para a população em geral”, diz a entidade.
Veja íntegra da nota da SBI:
“A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) vem informar à comunidade médica e a população brasileira que neste momento atual de circulação da variante Ômicron do SARS-COV-2 a prioridade em termos de cobertura vacinal contra a Covid-19 pela população geral é a realização do esquema básico (2 doses iniciais ou dose única), com atenção especial para dose de reforço a ser aplicada quatro meses após completar o esquema básico.
O Brasil tem nesse momento 76% das pessoas elegíveis vacinadas com o esquema básico, e apenas 33% da população vacinável com a dose de reforço. Diversos trabalhos científicos publicados demonstram que contra a variante Ômicron é necessário o esquema com três doses para melhor proteção dos indivíduos. Portanto, a medida mais urgente em termos de vacinação para o país é avançar no percentual de pessoas com que já completaram o esquema básico com dose de reforço.
Cabe lembrar que o país exibe muitas desigualdades em termos de cobertura vacinal. Em situações de excepcionalidade, em locais que onde se observa alta cobertura da população adulta com três doses, algumas iniciativas de aplicação de quarta dose na população acima de 60 anos têm sido colocadas em prática, com a finalidade de avaliar a eficácia desta estratégia e, deste modo poder se ter uma avaliação mais consistente originando dados para serem analisados a posteriori, especialmente quando usado esquemas de três doses com vacina inativada (Coronavac)
Trata-se, portanto, de iniciativas individualizadas regionais, pois há carência de dados mais robustos que justifiquem a aplicação em termos de efetividade no país como um todo. As vacinas de mRNA (Pfizer e Moderna) segundo informações serão atualizadas proximamente para a variante Ômicron sendo este outro aspecto a ser considerado para a utilização da 4a dose de forma nacional neste momento.
Outro ponto a ser estudado será o impacto na resposta imune da população vacinada, a exposição natural da variante Ômicron, podendo levar a um aumento da robustez e duração da proteção.
Em relação aos imunossuprimidos, por essa população ser intrinsecamente menos responsiva à imunização, o esquema vacinal básico já é composto por três doses de vacina, sendo que a 4ª dose nesses indivíduos é altamente recomendada, como dose de reforço, como se fosse a 3ª dose para a população em geral, conforme Nota Técnica No 65/2021-SECOVID/GAB/SECOVID do Ministério da Saúde.
Devemos sim, insistir junto à população, que procurem os postos de vacinação espalhados em território nacional para que possa ser regularizado o esquema básico e a dose de reforço, a fim de realmente ocorrer benefício no tocante a internação e mortalidade. Estes dados de vida real são bem cristalinos evidenciando que os pacientes vacinados com três doses geralmente estão apresentando sintomas leves e transitórios. Em contrapartida, aqueles que não fizeram uso do esquema vacinal completo, estão sob maior risco de internação e com risco de óbito.
A SBI se compromete a reavaliar esta recomendação de acordo com as informações científicas que estão continuamente sendo produzidas.” As informações são do portal de notícias G1.