Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2015
O prazo da prisão temporária de cinco presos da 17ª fase da Operação Lava-Jato vence nesta sexta-feira (7). O grupo está detido na carceragem da Superintendência da Polícia Federal desde segunda-feira (3) e pode ter a prisão prorrogada por mais cinco dias.
E entre esses presos está o irmão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio de Dirceu na JD Consultoria, é suspeito de ir até empresas para pedir valores para o esquema de corrupção.
Caso achem necessário, as autoridades, neste caso a PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal), também poderão pedir a conversão da prisão temporária para preventiva, quando não há prazo para os investigados deixarem a prisão. A decisão cabe ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato na primeira instância.
A atual fase da Lava-Jato, batizada de “Pixuleco” (apelido para propina), investiga um esquema de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. O foco são irregularidades em contratos com empresas terceirizadas.
Entre os presos está o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que cumpre prisão preventiva. Segundo as investigações, ele teria participado da instituição do esquema de corrupção na estatal quando ainda estava na chefia da Casa Civil, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O advogado do ex-ministro nega irregularidades e diz que a prisão tem “justificativa política”.
As prisões temporárias que vencem nesta sexta são de:
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva – irmão de José Dirceu e sócio dele na JD Consultoria. É suspeito de ir até empresas para pedir valores para o esquema de corrupção. A JD é suspeita de receber 39 milhões de reais por serviços que não foram feitos.
Roberto Marques – ex-assessor de Dirceu. Conforme a delação de Milton Pascowitch, ele recebia dinheiro e controlava despesas de Dirceu no esquema de corrupção.
Júlio Cesar dos Santos – foi sócio minoritário da JD Consultoria até 2013. Uma empresa no nome dele é dona de um imóvel em Vinhedo, em São Paulo, que Dirceu usava como escritório. O imóvel foi reformado como contrapartida da participação de Dirceu no esquema, segundo Pascowitch.
Olavo Hourneaux de Moura Filho – irmão de Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, ele é suspeito de receber quase 300 mil reais do esquema de corrupção para o irmão.
Pablo Alejandro Kipersmit – presidente da Consist Software. Segundo Pascowitch, a firma simulou contrato de prestação de consultoria com a Jamp Engenheiros, com a finalidade de repassar dinheiro ao PT através de João Vaccari Neto.
Presos que cumprem prisão preventiva e que não têm prazo para deixar a prisão:
José Dirceu – ex-ministro da Casa Civil e suspeito de receber propinas mesmo após o julgamento do mensalão.
Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura – lobista suspeito de representar José Dirceu na Petrobras, é apontado pelo MPF como responsável pela indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços da estatal.
Celso Araripe – gerente da Petrobras, denunciado na 14ª fase da Lava-Jato. É acusado de receber propina para providenciar aditivos em contrato da Odebrecht com a estatal.
Petição
Nesta sexta, o advogado Roberto Podval pediu para o juiz Sérgio Moro não prorrogar a prisão temporária de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva. Ele argumenta que o irmão de Dirceu já contribuiu “com tudo o que tinha que contribuir”. (AG)