Por Redação O Sul | 5 de dezembro de 2015
O processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, seja qual for o desfecho e a velocidade, já coloca em risco a recuperação da economia prevista para 2017, na visão de profissionais do mercado financeiro. Para eles, o processo de impeachment aprofundará a paralisia na economia, e, se o crescimento for zero em 2017, o País já estará no lucro. Para 2016, as previsões também pioraram e a recessão deve ficar mais perto de 3%. Para este ano, a recessão agora fica mais próxima do índice de 4%.
Isso porque o ritmo de deterioração da economia cresceu, como mostrou o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. Esperava-se uma queda de 1% e o tombo foi de 1,7%.
O estrategista-chefe do banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, prevê que “as coisas na economia devem piorar, antes de começarem a melhorar”. Rostagno acredita que o processo de impeachment vai desviar a atenção do Congresso de pautas como as reformas estruturais e as medidas de ajuste fiscal.
O banco Mizuho esperava uma queda de 3,5% no PIB este ano e já trabalha com cerca de 4%. Para 2016, a expectativa era uma recessão em torno de 2%, mas o banco acredita em queda superior. Para 2017, Rostagno não descarta o terceiro ano seguido de recessão se a crise política se arrastar muito no próximo ano. Para o sócio de uma grande gestora com ativos de mais de 20 bilhões de reais em carteira, os investimentos da iniciativa privada continuarão paralisados até que o processo de impeachment se defina. (AG)
