Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2016
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, que os desvios de verbas públicas investigados pela Operação Lava-Jato foram utilizados para a compra de apoio político e partidário. Segundo ele, o uso desse dinheiro na formação de alianças e coalizões demonstra “uma grave afronta à ordem constitucional e republicana”.
“As coalizões deixaram de ocorrer em razão de afinidades políticas e passaram a ser decididas em razão do pagamento de somas desviadas da sociedade, utilizando-se, para tanto, de pessoa jurídica que, até o início da operação policial, gozava de sólida reputação no mercado financeiro mundial”, escreveu Janot, em referência ao pagamento de propina a agentes políticos oriundo de contratos da Petrobras.
Ele defendeu ainda a validade das delações premiadas firmadas até agora no âmbito da Lava-Jato. A manifestação consta em parecer no qual a Procuradoria-Geral da República pede a rejeição de agravo protocolado no início do mês pelos advogados do ex-ministro Antonio Palocci. Os defensores entraram com recurso no Supremo após o ministro-relator da operação, Teori Zavascki, negar pedido de revogação de benefícios concedidos a dois delatores obtidos por meio do acordo de delação. (AE)