Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2025
Pedido ocorre após deputada anunciar ter deixado o País.
Foto: Lula Marques/Agência BrasilA Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil após ser condenada pela Corte a dez anos de cadeia. Após a manifestação da PGR, a decisão caberá ao STF. Também foi solicitada a inclusão do nome da parlamentear na lista da Interpol.
Zambelli afirmou, nessa terça-feira (3), em entrevista à Rádio Auriverde, que deixou o Brasil e está na Europa. Segundo a parlamentar, sua saída do País ocorreu inicialmente para tratar um problema de saúde. No entanto, ela também alegou estar sendo alvo de “perseguição judicial”, após ter sido condenada.
No pedido encaminhado ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que a imposição da prisão cautelar não representa uma antecipação da pena imposta a ela pela Primeira Turma, mas uma medida necessária para garantir a a aplicação da lei.
Gonet também pediu a suspensão do passaporte e comunicação aos países sobre a situação de Zambelli.
Investigadores que acompanham o caso trabalham com a hipótese de que ela deixou o País por uma rota terrestre que incluiu a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e a fronteira com a Argentina. Segundo apurações preliminares, Zambelli teria atravessado a divisa até a cidade de Puerto Iguazú, a apenas 16 quilômetros do centro de Foz do Iguaçu, antes de seguir rumo a Ezeiza, na província de Buenos Aires. De lá, embarcou com destino aos Estados Unidos.
O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, confirmou que foi informado da viagem e disse que ela deixou o País “para dar continuidade a um tratamento de saúde”. Ele disse que, “por motivo de foro íntimo”, deixou a defesa da deputada.
Zambelli deixou o Brasil antes da conclusão do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar em prisão e na perda do mandato parlamentar. A sentença foi motivada por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a PGR, Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ. (Com informações do jornal O Globo)