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Mundo Professor decapitado na França foi denunciado por pais revoltados com a exibição de caricaturas do profeta Maomé

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"Todos nós estaremos juntos. Não passarão, o obscurantismo e a violência que o acompanha não vencerão", declarou Macron. (Foto: Reprodução de vídeo)

A classe política e educacional francesa amanheceu estarrecida neste sábado (17), após a decapitação de um professor de 47 anos que exibiu caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão, nos arredores de Paris. O crime, tratado como terrorista islamita pelas autoridades francesas, ocorreu na tarde desta sexta-feira (16) em plena rua, a 300 metros da escola onde a vítima ensinava história e geografia.

A exibição das caricaturas durante a aula para alunos de 13 anos, na semana passada, havia causado indignação de alguns pais. Um deles chegou a tentar prestar queixa contra o professor e postou um vídeo no YouTube para denunciar a postura em classe. As imagens podem ter estimulado o agressor, que foi morto pela polícia logo depois de cometer o assassinato.

O jovem de 18 anos, de origem chechena e conhecido dos serviços de informação da polícia francesa, estava com uma faca de cozinha na mão e gritou “Alá é o maior” antes de ser morto pela polícia. Até o momento, dez pessoas foram presas.

O professor “foi morto porque ensinava a liberdade de expressão, a liberdade de acreditar ou não”, declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, na noite desta sexta-feira, em visita ao local do ataque.

“Não passarão”

“Todos nós estaremos juntos. Não passarão, o obscurantismo e a violência que o acompanha não vencerão”, acrescentou Macron, acompanhado de seu ministro do Interior, Gérald Darmanin, que interrompeu uma viagem ao Marrocos e voltou a Paris. Também integrava a comitiva o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer.

A vítima foi decapitada por volta das 17h locais (12h de Brasília), no meio da rua, perto da escola Bois d’Aulne, onde ele trabalhava, em Conflans-Sainte-Honorine. A pequena cidade de 35 mil habitantes fica a 50 quilômetros de Paris. A Procuradoria Nacional Antiterrorista abriu uma investigação por “assassinato em conexão com entidade terrorista” e “associação criminosa terrorista”.

Depois de se reunir com funcionários do colégio, Macron pediu à “toda nação” que se una em torno dos professores para “protegê-los e defendê-los”. O assassinato ocorre três semanas após um ataque a faca na capital francesa perto da antiga sede da revista Charlie Hebdo, que publicou essas charges com a figura do profeta.

Investigação de foto

A polícia investiga uma mensagem postada no Twitter, que mostra uma foto da cabeça da vítima. Acompanha a imagem uma mensagem dirigida ao presidente Emmanuel Macron, “o líder dos infiéis”, e o autor do tuíte disse que quis “executar” a pessoa que “se atreveu a menosprezar Maomé”.

A polícia da cidade de Conflans Saint-Honorine foi alertada sobre a presença de um indivíduo suspeito que rondava uma escola, informou a Procuradoria de Paris. Ao chegar, os policiais encontraram a vítima decapitada a 300 metros da escola. Tentaram prender um homem, mas ele os ameaçou, o que levou os policiais a disparar diversas vezes. O jovem morreu na hora.

O choque e a incompreensão dominavam os moradores da cidade, com os quais a AFP pôde falar. Todos descreveram o bairro onde ocorreu o ataque como “tranquilo” e “sem incidentes”.

Rodrigo Arenas, co-presidente da FCPE, a maior associação de pais de alunos, disse ter recebido um informe de “um pai extremamente irritado”, depois que uma caricatura de Maomé foi mostrada em sala de aula. O professor teria, segundo Arenas, “convidado os alunos muçulmanos a deixar a sala”, antes de mostrar a caricatura do profeta agachado, com uma estrela desenhada nas nádegas, e a legenda “nasce uma estrela”.

Segundo o pai de um aluno que estava em sala e que disse que o professor não quis chocar algumas crianças, a sequência causou muita polêmica entre alguns pais.

Indignação

O ataque provocou indignação na França. Na Assembleia Nacional, os deputados se levantaram para “saudar a memória” do professor e denunciar o “abominável ataque”.

Há apenas três semanas, duas pessoas ficaram feridas após um ataque realizado com um facão por um paquistanês de 25 anos próximo às antigas instalações do semanário satírico Charlie Hebdo. O autor deste atentado islamita disse aos investigadores que queria vingar a republicação das charges de Maomé pelo Charlie Hebdo, no início de setembro.

Foi com a mesma justificativa que a revista foi atacada em janeiro de 2015 por dois jihadistas, que fizeram um massacre, matando grande parte dos integrantes da redação, incluindo alguns dos mais famosos cartunistas da França. Em setembro, a Al Qaeda ameaçou atacar de novo a redação do Charlie Hebdo, que após os atentados de 2015 se mudou e mantém seu novo endereço em segredo.

Desde o início da onda sem precedentes de atentados jihadistas, iniciada em 2015 na França, 258 pessoas já morreram em todo o país.

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