Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2023
A professora Simone Aparecida Camargo relatou o desespero para tentar salvar os alunos em meio ao ataque de um homem que matou pelo menos quatro crianças na creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau (SC). Ela diz que trancou bebês no banheiro da escola para salvá-los do atentado.
“Minha parceira de sala chegou correndo dizendo ‘fecha a porta, fecha a janela porque um cara assaltou o posto’. Pensamos que era um assalto porque ele invadiu a escola, só que fechei os bebês no banheiro, depois vieram na porta dizendo que ele ‘veio matando’, ele foi no parque para matar. No parquinho, a turma do pré estava toda no parque fazendo uma roda de conversa. Ele tinha mais que uma arma”, relatou a professora à NSC TV.
O ataque aconteceu no início da manhã desta quarta-feira (5) na creche Cantinho Bom Pastor, que fica na rua dos Caçadores, no bairro Velha. A unidade de ensino é particular. Na ação, quatro crianças foram mortas, entre elas três meninos e uma menina com idades de 5 a 7 anos.
Segundo a polícia, um homem de 25 anos pulou o muro da creche e atacou as crianças com uma machadinha. As vítimas foram atingidas na região da cabeça. Após o crime, ele se entregou no Batalhão da PM.
A professora baiana Maria Célia Bezerra de Souza, de 56 anos, que trabalha na creche Cantinho Bom Pastor, relatou os momentos de pavor durante o ataque. “Nós tivemos momentos de terror, queríamos ter salvado todas as crianças. Foi muito horrível ver aquela criatura horrível pulando o muro da escola e vir em direção das crianças para atacá-las”, disse a baiana.
“A gente puxava uma, puxava outra. Foi muito terrível, lutamos para salvar todas, mas não conseguimos salvar quatro”, relatou.
Condolências
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou, condolências às famílias das vítimas do atentado ocorrido em Blumenau. “Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor”, postou o presidente por meio de sua conta no Twitter.
Na sequência, Lula disse que “para qualquer ser humano que tenha o sentimento cristão, uma tragédia como essa é inaceitável, um comportamento, um ato absurdo de ódio e covardia como esse”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a liberação de R$ 150 milhões para ampliar as patrulhas escolares em todo o país, em meio à onda de ataques a escolas e creches. “O valor inicialmente é de R$ 150 milhões, do Fundo Nacional de Segurança Pública, [destinados a] estados e municípios que detêm a competência constitucional para fazer esse patrulhamento ostensivo. Os editais devem ser publicados na semana que vem”, informou Dino em entrevista no Palácio do Planalto, após se reunir com o presidente e outros ministros. As rondas escolares correspondem ao policiamento ostensivo realizado pela Polícia Militar ou Guardas Civis nas portas e arredores de unidades escolares e creches, como forma de reforçar a segurança pública nesses locais, que concentram grande circulação de crianças e adolescentes.
Outra medida da pasta é intensificar o monitoramento de ameaças e planejamento na internet de ataques a escolas. De acordo com Flávio Dino, 50 policiais federais passarão a monitorar exclusivamente esse tipo de crime, a partir de uma central da Divisão de Operações Integradas (Diop), vinculada à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do ministério, em apoio direto às polícias estaduais. Até então, eram 10 policiais envolvidos neste trabalho. As informações são do portal de notícias G1 e da Agência Brasil.