Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2021
A mulher que foi acusada de agredir uma professora, de 34 anos, em uma escola municipal de Praia Grande, no litoral de São Paulo, deverá pagar uma indenização à vítima por conta do ocorrido, conforme determinado pela Justiça. As duas mulheres entraram em um acordo após a professora abrir um processo contra a agressora, que é mãe de um aluno da turma para a qual educadora lecionava.
O caso ocorreu em março de 2020, na Escola Municipal Professora Isabel Bréfere, no bairro Aviação. Conforme relatou a professora, que preferiu não se identificar, ela ministrava aulas ao filho da agressora. Na época, a professora mudou o aluno de lugar na sala de aula e, em seguida, a mãe da criança foi à escola conversar com ela, dizendo que a profissional estava excluindo-o.
Após uma conversa entre a educadora e o estudante, que tinha cerca de 10 anos, a mãe teria voltado à escola e, em meio a uma discussão, realizado a agressão. As duas foram encaminhadas para uma delegacia após o acionamento da Guarda Civil Municipal (GCM), onde um boletim de ocorrência foi registrado por lesão corporal.
Após o ocorrido, a profissional decidiu mover uma ação na Justiça contra a mulher, por danos morais e lesão corporal.
Processo
Na semana do ocorrido, a criança foi retirada da escola e a professora continuou lecionando. A professora e a mãe da criança não se encontraram mais depois do fato, a não ser nas audiências do processo judicial. No último dia 17, as mulheres entraram em um acordo, que determina que a mãe do aluno pague uma indenização por danos morais à educadora de cerca de R$ 3,5 mil, conforme a defesa da profissional.
A advogada Tatiane Bezerra da Silva, que representa a vítima da agressão, inicialmente pediu 20 salários mínimos (R$ 20.900) de indenização, mas, ao longo do processo, o valor do pagamento final foi reduzido. Tatiane esclareceu que a sentença, na verdade, é uma homologação do acordo feito entre as partes e que não pode ser alterada.
No processo, a defesa da acusada afirmou que, em um instinto de mãe, ela teria apenas afastado a professora, que estava se dirigindo de maneira agressiva em direção à criança, não havendo deferido um soco no rosto da profissional. A professora, por sua vez, negou a versão da mãe e afirmou ter, de fato, recebido um soco.
Com base nas afirmações das envolvidas, chegou-se a um acordo em uma audiência de instrução e julgamento realizada nesta terça-feira e o pagamento da indenização foi determinado. Após a decisão, a professora relatou se sentir aliviada com o desfecho do caso. “Senti que a justiça foi feita, e alívio, ao mesmo tempo, por ter acabado. Por mais que a gente queira lutar por nossos direitos, é um aborrecimento, uma coisa que me incomodava”, diz.
“Não fiz por dinheiro, mas por respeito à nossa categoria [profissionais da educação], para a população no geral entender que não é assim que se resolve as coisas. O professor está ali todos os dias fazendo o trabalho dele”, conclui. As informações são do portal de notícias G1.