Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta sexta-feira (28) o fechamento de acordo de livre-comércio entre a UE (União Europeia) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul). Em mensagem nas redes sociais, ele avaliou o pacto como histórico e disse que trará “benefícios enormes” para a economia brasileira. Ressaltou ainda que, com o acordo selado, cumpre promessa de campanha.
“Prometi que faria comércio com todo o mundo, sem viés ideológico. Não foi retórica vazia de campanha, típica da velha política. É pra valer! Estou cumprindo mais essa promessa, que renderá frutos num futuro próximo”, escreveu.
Segundo ele, juntos, os dois blocos comerciais representam um quarto da economia mundial e o pacto abre um ‘enorme mercado” para os produtores brasileiros. O anúncio oficial do acordo deve ser feito em breve por presidentes de países dos dois blocos que estão reunidos em Osaka, no Japão, para participar do G-20.
Ainda não são conhecidos os principais termos do acordo, mas deve envolver mais de 90% do comércio, incluindo setores industriais e agrícola. No caso da agricultura, deve haver concessão de cotas para açúcar, etanol e carnes. O acordo entre Mercosul e União Europeia vinha sendo negociado desde 1999 e já esteve prestes a ser fechado outras vezes.
O entendimento havia se tornando prioridade para a gestão de Jair Bolsonaro. O Ministério da Economia estima que o acordo UE-Mercosul deve representar um incremento de US$ 87,5 bilhões em 15 anos para o PIB brasileiro, podendo chegar a US$ 125 bilhões.
De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura, o acordo comercial cobre temas tarifários e regulatórios, incluindo serviços, compras governamentais, barreiras, medidas sanitárias e propriedade intelectual. O pacto entre os países membros envolve 780 milhões de pessoas.
A União Europeia é a segunda maior compradora de bens do Mercosul (20%), atrás apenas da China. As exportações do quarteto sul-americano para os 28 países do bloco europeu totalizaram 42,6 bilhões de euros em 2018. No outro sentido, a UE vendeu o equivalente a 45 bilhões de euros.
Secretário
Um dos grandes articuladores da fase final do acordo entre Mercosul e União Europeia, o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, avalia que a conclusão das negociações estabelece uma “mudança de modelo” na forma como o Brasil e o bloco fazem política comercial. Ele disse que o processo de reformas encabeçado pelo governo tratará de ajudar a indústria brasileira a ser mais competitiva para não ficar atrás em relação aos produtos europeus.
O acordo prevê queda gradual da tarifa de importação de vários produtos. No caso de bens manufaturados, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou durante coletiva de imprensa que haveria uma desgravação (período até que a tarifa atinja zero) entre 10 e 15 anos. “Quinze anos são suficientes (para a indústria melhorar a competitividade)? Eu diria que até em menos tempo, porque o Brasil embarcou em um processo ambicioso de reformas”, disse Troyjo.