Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2015
O lobista Julio Gerin Camargo, um dos delatores da Operação Lava-Jato, afirmou em interrogatório à Justiça Federal na terça-feira (14) que o repasse de 4 milhões de reais ao ex-ministro José Dirceu foi feito por meio do lobista Milton Pascowitch e do irmão de Dirceu, o advogado Luiz Eduardo de Oliveira e Silva. Essa é a primeira vez que Camargo cita pagamento de propina para Dirceu.
O ex-ministro é investigado na Lava-Jato. Ele e Luiz Eduardo foram sócios da JD Assessoria e Consultoria, empresa suspeita de lavagem de dinheiro no escândalo da Petrobras. “Eles tinham uma conta corrente comigo, o doutor Renato Duque [ex-diretor de Serviços da Petrobras] e o doutor Pedro Barusco [ex-gerente da estatal] e dessa conta corrente me foi autorizado repassar 4 milhões de reais ao doutor José Dirceu, que foram repassados por meio do seu Milton Pascowitch, pelo que eu me lembro, e talvez em uma ocasião por meio do irmão dele [Dirceu], Luiz”, afirmou Camargo ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava-Jato na primeira instância.
O delator depôs como testemunha de acusação no processo em que são réus Renato Duque, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros 25 acusados por lavagem de dinheiro. O advogado Roberto Podval, que coordena o núcleo de defesa de José Dirceu, reafirmou nesta quarta-feira (15) que o ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo Lula “não recebeu esses 4 milhões de reais”. “Nem Dirceu, nem seu irmão. De fato, não tem sentido. Ele [Dirceu] montou a consultoria e o acusam de ter usado a JD para receber dinheiro de propinas. Então, não tem nenhum sentido receber os 4 milhões de reais e não contabilizar”, afirmou Podval. (AE)