Domingo, 26 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de fevereiro de 2020
Pesquisadores descobriram por meio de dois estudos que a proteína WDR74 tem um papel importante na progressão dos cânceres de pulmão e de pele melanoma. Os artigos, publicados nos periódicos Oncogene e Cancer Letters, em janeiro e fevereiro, respectivamente, abrem novos caminhos para o desenvolvimento de métodos eficazes de cura para metástases desses dois tipos de câncer.
A metástase é a disseminação da célula cancerígena pela corrente sanguínea ou linfática, ou seja, a célula sai do local de origem e vai para outro órgão pelo sangue ou pela linfa. Mas, segundo os cientistas, “apenas uma minoria sutil, décimos ou mesmo centésimos de por cento, das células tumorais circulantes é capaz de metástase”.
Foi exatamente na busca para entender o que faz de uma célula causar a metástase ou não que os pesquisadores encontraram a WDR74. Ela era uma das proteínas altamente expressas em células metastáticas ativas. “Seu nível de expressão em células tumorais circulantes foi duas vezes maior que no tumor inicial”, escreveram os cientistas.
Para testar o papel da proteína na circulação das células do câncer de pulmão e no câncer de pele melanoma, eles a alteraram duas vezes em laboratório: a desativaram por meio de uma correção gênica e aumentaram a quantidade dessa proteína nas células cancerígenas. Ambos os tipos de experimentos confirmaram que a WDR74 desempenha um papel crucial na progressão do tumor e em suas metástases.
“A ausência de proteínas diminui e a presença aumenta a propriedades oncogênicas das células tumorais circulantes. “In vivo, isso foi confirmado durante os experimentos realizados em camundongos”, disse Vladimir Katanaev, um dos autores do estudo.
Segundo ele, os mecanismos de ação da WDR74 varia de um tipo de tumor para outro, mas seu papel está claro em ambos. O desenvolvimento de medicamentos que atinjam alvos específicos de proteínas nas células tumorais circulantes é a próxima etapa do trabalho dos cientistas.
Câncer de mama
Mesmo com mortalidade abaixo da média mundial, o câncer de mama, no Brasil, ainda registra alta incidência. E uma solução, apontada por especialistas, passa por persistir na prevenção e estímulo à realização do exame de imagem.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) trazem uma boa notícia: os índices de mortalidade por câncer de mama continuam caindo. Apesar do levantamento divulgado indicar que, em 2019, foram diagnosticados 60 mil novos casos, mantendo a média dos últimos anos – um volume alto, de acordo com especialistas –, a taxa de morte pela doença vem caindo continuamente