Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2023
Apesar das críticas em relação ao volume de exceções, empresários e executivos de grandes companhias no Brasil comemoraram a aprovação da reforma tributária, no plenário do Senado, hoje, 8. Nas palavras do cofundador da Natura, Pedro Passos, a aprovação das novas regras é um “feito histórico” no País. Para o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, é o retrato de uma “democracia em pleno funcionamento”.
Os executivos fazem questão de destacar que a reforma aprovada não é a ideal, mas é suficiente para reduzir a complexidade do sistema atual, considerado caótico. “A reforma tributária busca simplificar esse sistema, reduzindo a quantidade de impostos e tornando as regras mais claras e previsíveis”, diz Gustavo Ambar, General Manager do Brasil e vice-presidente para América Latina da Whirlpool.
Pedro Passos, cofundador da Natura, afirma que “a aprovação da reforma tributária é um feito histórico para o Brasil. Depois de décadas, finalmente vamos virar a página de um sistema tributário complexo e pouco transparente para uma tributação mais justa, simples e moderna. Mesmo com as exceções que foram incluídas no texto, o sistema tributário aprovado pelo Congresso é muito melhor do que o que temos hoje. Em termos de impactos da reforma, podemos esperar um novo ciclo de crescimento econômico e investimentos no país, maior competitividade, produtividade e redução de desigualdades.”
Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, a “reforma é uma grande força para a indústria. O que mais lamentamos nos últimos anos é o acúmulo de créditos tributários de resíduos de exportações, que representa uma perda de competitividade para o setor, e a reforma ajuda bastante nesse tema. Entre a reforma desejável e possível, ela é boa, precisava acontecer, do contrário o Brasil continuaria a perder competitividade. A Anfavea apoia e se sente parte da discussão desse projeto. A reforma é boa, mas, claro, vai depender também da definição da alíquota do IVA, que ainda não sabemos qual será.”
Na opinião de César Bochi, diretor presidente do Sicredi, “mesmo com as concessões que foram sendo acrescentadas na tramitação da proposta, avaliamos como positivo o texto da reforma tributária, pois gera evoluções em relação ao modelo anteriormente praticado. Elementos como a simplificação da tributação, aumento da neutralidade fiscal e redução da insegurança jurídica tendem a aumentar o nível de atratividade e investimento no País.”
O texto aprovado, avalia Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, “é um avanço na medida que busca preservar a carga tributária, e não aumentá-la. Esta é uma premissa fundamental da reforma desde o início. A aviação é uma indústria global e temos de preservar a capacidade de competir das empresas nacionais e buscar aumentar o volume de passageiros, não o contrário.”
Investimentos
“Creio que a reforma tributária é importante demais ao Brasil e demorou muito para se tornar uma realidade. Ajudará a atrair investimentos para o País, descomplicando o dia-a-dia tributário das empresas, reduzindo a carga tributária ao cidadão no longo prazo, e permitindo que voltemos a imaginar que a indústria brasileira possa novamente ser competitiva”, opina Alexandre Baldy, chairman da BYD.
A diminuição da burocracia foi um ponto destacado por Gilson Finkelsztain, presidente da B3.
“A reforma tributária é uma necessidade urgente para o Brasil, que tem um dos sistemas mais complexos e burocráticos do mundo. A simplificação e a racionalização dos impostos podem trazer benefícios para a economia e para a sociedade, como maior eficiência, mais transparência, melhora no ambiente de negócios e mais oportunidades para atrair investimentos.”
Já Horácio Lafer Piva, acionista da gigante de papel e celulose Klabin, destacou a importância da reforma. No entanto, ele assinalou que ela ficou aquém do que deveria e poderia ser. “Deixaram grupos de interesse obter vantagens injustificadas. Resta agora criar os prazos de revisões das alíquotas e aguentar firme os 27,5% que deveriam ser 21%. Há desculpas de todos, que querem provar o improvável. Pena. Mas a nova estrutura tributaria é um avanço a comemorar muito.”