Quarta-feira, 31 de dezembro de 2025
Por Vera Armando | 17 de dezembro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Falar sobre a presença feminina na política não é apenas tratar de representatividade numérica. É falar de proteção real, de defesa concreta e de políticas públicas que enxergam a vida como ela é. Quando uma mulher ocupa um espaço de poder, ela não leva apenas seu nome, leva consigo vivências, dores, desafios e responsabilidades que historicamente foram ignoradas.
Sou mulher, sou vereadora e sei, na prática, o que significa estar em um ambiente onde, por muito tempo, decisões foram tomadas quase exclusivamente por homens. Não se trata de disputa de gênero, mas de equilíbrio, justiça e sensibilidade. A política muda quando as mulheres passam a decidir, porque mudam as prioridades, o olhar e a forma de agir.
Mulheres na política entendem o medo de voltar para casa sozinha, compreendem o silêncio das vítimas de violência, conhecem a sobrecarga da dupla ou tripla jornada, sabem o peso de criar filhos, muitas vezes sem rede de apoio, e reconhecem a urgência de políticas de proteção. Isso não se aprende apenas nos livros ou nos discursos, se vive.
Quando mais mulheres ocupam cargos legislativos e executivos, cresce o investimento em políticas de combate à violência doméstica, em saúde da mulher, em proteção à infância, em educação, em assistência social e em geração de renda. Não é coincidência, é consequência. A presença feminina amplia a pauta, fortalece a fiscalização e cobra resultados onde antes havia descaso.
A política feita por mulheres não é frágil, como muitos tentaram rotular ao longo da história. Ela é firme, responsável e profundamente conectada à realidade das famílias. Mulheres sabem ouvir, mas também sabem decidir. Sabem dialogar, mas não se omitem quando é preciso enfrentar injustiças.
Defender a presença feminina na política é defender meninas que hoje precisam de exemplos, é garantir que mães sejam ouvidas, é assegurar que vítimas não sejam silenciadas. É construir um futuro onde decisões públicas considerem a vida real das pessoas, especialmente daquelas que sempre ficaram à margem.
Quanto mais mulheres na política, mais estaremos protegidas e defendidas. Porque quando uma mulher avança, nenhuma outra fica para trás. A política precisa de mais vozes femininas, não como concessão, mas como necessidade. A democracia só é plena quando representa todos, e isso começa com mulheres ocupando, decidindo e transformando os espaços de poder.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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