Os 35 partidos registrados na Justiça Eleitoral aguardam o final do mês para embolsar mais 60 milhões de reais, repetindo o que ocorreu em janeiro. É dinheiro saído do Tesouro Nacional com a rubrica Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos.
Criado em 1965, tem 5 por cento do total dividido em partes iguais entre todas as legendas. Os outros 95 por cento são distribuídos de acordo com o número de votos recebidos por cada partido nas eleições para a Câmara dos Deputados.
O valor desde ano chegará a 819 milhões de reais.
O que se cobra é a transparência sobre a destinação. Por enquanto, a prestação de contas fica a portas fechadas.
CONTA SALGADA
O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) calcula que o brasileiro trabalhará cinco meses em 2016 apenas para pagar impostos, o dobro do tempo que gastava na década de 1970. Os serviços públicos, é visível, não avançaram na mesma proporção.
Um dos problemas no País é o modelo de tributação com a concentração dos impostos sobre consumo e produção. Cerca de 70 por cento da arrecadação recaem no consumo, o que torna o sistema regressivo, ou seja, todos pagam a mesma coisa, mas a pressão sobre a renda dos que ganham menos é maior.
Quando o imposto do consumo é priorizado, as pessoas nem sabem. Exemplos: paga-se 48 por cento de tributos na conta de luz e 37 por cento na de água.
Quando as contas dos governos se complicam, o primeiro recurso é aumentar mais ainda a carga tributária, caracterizando-se abuso contra a população.