Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de março de 2020
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Rio Grande do Sul executou nessa terça-feira o que considera a maior ação planejada até agora pelo programa “RS Seguro”: a transferência, para penitenciárias federais em outros Estados, de 18 detentos que cumpriam sentença em Charqueadas e mesmo assim lideravam facções criminosas gaúchas. O trabalho começou durante a madrugada.
A operação, denominada “Império da Lei”, contou com um total de 1,3 mil agentes de diversos órgãos. Participaram 15 instituições de âmbito estadual ou federal, reforçadas pelo uso de 306 viaturas, seis helicópteros, um avião e quatro embarcações.
Os apenados ficarão isolados em seus novos “endereços” – por questões de segurança, a SSP não detalhou a unidade para onde cada um dos chefes de organizações criminosas foi enviado. São eles:
Alexandre dos Santos Teixeira, Bruno Fernando Sanhudo Teixeira, Cristian dos Santos Ferreira, Diogo Dutra Cachoeira, Emerson Alex dos Santos Vieira, Giodarny Bonocore da Silva, Ivan Richetti, Leandro Ribeiro Pereira, Liomar Antônio de Oliveira, Luis David Amaral de Souza, Luiz Fernando de Oliveira Jardim, Márcio Fabiano Carvalho, Marizan de Freitas, Michel de Souza da Silva, Rogerio Soares, Tiago Rafael Leges Ferreira, Vladimir Cardoso Soares e Wagner Wilian Domingues da Cruz.
Na avaliação do vice-governador e titular da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, a medida permitirá ao Estado avançar nos objetivos do primeiro e do quarto eixos do “RS Seguro” – combate à criminalidade e qualificação do sistema prisional. “É um momento muito importante do nosso planejamento para tornar o Rio Grande do Sul mais seguro para se viver e investir”, frisou.
O titular da Seapen (Secretaria de Administração Penitenciária), Cesar Faccioli, ressaltou por sua vez que a “Império da Lei”, argumentou que a transferência e o isolamento de líderes do sistema carcerário se mostram necessários e que a operação continua: “A manutenção da ordem dentro e fora das unidades prisionais após esse ‘Dia D’ é uma missão comum dos integrantes dessa força-tarefa interinstitucional”.
Acompanhando de perto parte da operação, o governador Eduardo Leite, mencionou como fundamental para o sucesso da ofensiva a soma de esforços das 15 instituições das esferas estadual e federal. “Seguiremos trabalhando com os demais Poderes e instituições, em todos os níveis, para assegurar o rigor na punição de criminosos e a proteção que a sociedade gaúcha merece”, discursou.
Força-tarefa
Pela esfera estadual atuaram a BM (Brigada Militar), Polícia Civil, IGP (Instituto-Geral de Perícias), CBM (Corpo de Bombeiros Militar), Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários), Ministério Público e Poder Judiciário. A SES (Secretaria Estadual da Saúde) apoiou com acompanhamento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Já no que se refere ao governo federal, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública determinou o apoio do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e da Seopi (Secretaria de Operações Integradas), cujos agentes se somaram aos da PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica).
forças de segurança reforçaram o patrulhamento ostensivo em pontos estratégicos levantados pela área de inteligência da operação, em especial nas regiões de atuação dos transferidos.
Foi intensificada a presença com tropas dos Batalhões de Polícia de Choque da capital e do interior e de forças táticas para a realização de abordagens e barreiras nos locais elencados, o que fez o efetivo total envolvido na operação superar 1,3 mil. Para prevenir reações e garantir a manutenção da ordem pública, esse reforço nas ações de policiamento será mantido por tempo indeterminado.
(Marcello Campos)