Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2019
Um relatório elaborado pelo Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul) em parceria com o IGP (Instituto-Geral de Perícias) aponta que 38,3% dos mortos em acidentes de trânsito no Estado em 2018 apresentavam álcool no sangue. A amostra totalizou 1.047 óbitos, o que representa 62,7% do total registrado no período. O acompanhamento passará a ser permanente.
Dentre os motoristas mortos no trânsito no ano passado, 41,3% haviam ingerido bebida alcoólica. Isso foi constatado em 94,7% dos condutores que perderam a vida ao volante nas madrugadas de domingo. Um dado não menos surpreendente é que 45,9% dos pedestres mortos em acidentes também tiveram a substância identificada por testes no organismo.
Também chama a atenção o percentual de ciclistas que faleceram nesse tipo de ocorrência: 42,1% apresentavam alcoolemia, índice maior que o verificado entre motociclistas (34,4%). Mais da metade dos ciclistas e pedestres que tiveram resultado positivo para álcool morreram em rodovias.
Análise de perfis
Os resultados da pesquisa mostraram que os testes positivos para alcoolemia em vítimas de trânsito são maiores durante a madrugada (64,6%) e no turno da noite (48,6%). O álcool também está mais presente nas vítimas que morrem aos domingos (59,7%) e aos sábados (46,7%).
De um total de 855 homens que morreram no trânsito em 2018 e que foram testados para alcoolemia, 359 apresentaram resultado positivo (42%). Entre as 192 mulheres mortas em acidentes que foram testadas, 42 tinham bebido (21,9%).
Analisando-se as faixas etárias, os mais jovens e os mais velhos representam os menores percentuais entre as pessoas testadas. Das vítimas com até 24 anos, 36,6% estavam alcoolizados no momento do acidente. Acima de 55, esse percentual foi de 26,9%. Mas entre os mortos das demais faixas etárias, foi encontrada presença de álcool em mais de 40% dos casos: 42,7% de 25 a 34 anos, 44% de 35 a 44, e 47,9% entre 45 a 54 anos.
Reação oficial
O resultado da pesquisa confirma estudos científicos internacionais e protocolos de segurança nos quais o governo do Estado se baseou para desenvolver políticas públicas como os programas “Balada Segura” e “Viagem Segura”, demostrando o acerto na escolha do fator de risco prioritário.
“Agora, analisaremos os dados por região, dias e horários onde se concentram os acidentes envolvendo álcool para melhor direcionarmos nossos esforços”, afirma o diretor-geral do Detran-RS, Enio Bacci.
A partir do próximo ano, a autarquia visitará as regiões do programa “RS Seguro” com maiores índices de acidentalidade, e também as cidades com maior número de mortes por 100 mil habitantes para propor soluções. O departamento apresentará dados estatísticos da região, tanto de alcoolemia como pontos críticos, montando um diagnóstico completo para planejar intervenções eficientes.
A Escola Pública de Trânsito, partir dos dados estatísticos, também deve propor intervenções na área de educação para o trânsito. A ideia é que, com esses esforços de estatística, o Detran-RS projete e implante soluções de educação e engenharia para melhorar os índices de acidentalidade nessas localidades.
(Marcello Campos)
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