Por Redação O Sul | 28 de setembro de 2017
As mulheres representam hoje quase metade dos advogados em atividade no país, segundo dados recentes apresentados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Elas estão cada vez mais perto de alcançar os homens: representam 48,2% do total de inscritos na Ordem. No Rio Grande do Sul, o percentual feminino é ainda maior: Num universo de 78.446 profissionais, 39.910 são homens (50,9%) e 38.536 (49,1%) são mulheres.
A grande presença feminina na advocacia, no entanto, não representa protagonismo, já que poucas estão em cargos de liderança. Seguindo o ritmo atual, essa equidade de gênero deverá ser alcançada em apenas 80 anos, segundo Raquel Stein, sócia do Souto Correa Advogados e presidente da Women in Law Mentoring Brazil (WLM), organização que promove o desenvolvimento de advogadas visando à criação de futuras lideranças. Essa projeção foi apresentada em pesquisa feita pela Mckinsey.
Evento da WLM Brazil em Porto Alegre no dia 4 de outubro, ‘Panorama da ascensão das mulheres nas sociedades de advogados no Brasil e o seu protagonismo’, promovido pelo Souto Correa, pretende levantar a discussão sobre a pequena participação de mulheres nos cargos de liderança no meio corporativo. Essa é uma realidade que ganha cada vez mais destaque, despontando diversos estudos sobre questões de diversidade e os impactos positivos que podem trazer para a inovação nas empresas e efetiva contribuição para o aumento dos resultados financeiros. No meio jurídico, há alguns movimentos incipientes para trazer a questão à tona, mas ainda há muito que ser feito, especialmente no Brasil.
Pesquisa recente realizada pela WLM Brazil, com 55 escritórios que foram listados em 2016/2017 no Chabers & Partners e/ou na Análise Advocacia – os mais importantes rankings internacionais e nacionais, respectivamente, de escritórios de advocacia – que tenham ao menos uma unidade no Rio Grande do Sul ou no Paraná. Do total de respondentes, estão 22 escritórios com sede/unidade no Rio Grande do Sul que possuem mais de 850 advogados (as) em suas equipes.
O levantamento mostrou que do total de advogados sócios em escritórios, 73% são homens e apenas 27% mulheres. Os 22 escritórios gaúchos também foram questionados em outros pontos: se possuem alguma forma de iniciativa de diversidade (11 responderam que concordam total ou parcialmente com o questionamento); se possuem licença paternidade para profissionais que não são CLT (2 responderam positivamente); e se possuem licença maternidade de alguma forma formalizada para profissionais não CLT (4 escritórios respondem que sim).
