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Economia Quebra de bancos nos Estados Unidos reacende o debate sobre investimento em bitcoin

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No contexto da crise internacional e da descrença no sistema financeiro tradicional em meados de 2008, nasceu o bitcoin. (Foto: Unsplash)

No contexto da crise internacional e da descrença no sistema financeiro tradicional em meados de 2008, nasceu o bitcoin (BTC). À época, o mundo lidava com as consequências da “crise do subprime” – o estouro de uma bolha imobiliária nos EUA que levou à derrocada do mercado financeiro em âmbito global.

O sistema descentralizado (sem um banco central conduzindo a política monetária) do bitcoin surgia como uma alternativa. A criptomoeda já nasceu com a previsão de um volume limitado em 21 milhões, diferentemente das moedas tradicionais, cujos bancos centrais podem expandir a base monetária e gerar inflação. Na prática, o sobe e desce no preço do bitcoin é determinado puramente por uma equação de oferta e demanda no mercado.

Nessa toada, a nova crise bancária realimentou no mercado uma discussão sobre se o bitcoin poderia servir como refúgio em tempos de crise. O ativo digital saltou 29,5% de 10 de março até a última terça-feira (21), aos US$ 28,1 mil (R$ 147,9 mil, na conversão atual). O recorte de tempo não foi escolhido aleatoriamente: a segunda sexta-feira do mês marcou a falência do Silicon Valley Bank (SVB), banco de startups de tecnologia do Vale do Silício e 16.ª maior instituição financeira dos EUA.

Depois do SVB, outras instituições financeiras tiveram o mesmo destino ou entraram em crise. Foi o caso do Signature Bank, também dos EUA, e do gigante Credit Suisse – que entrou em colapso na semana passada e foi socorrido às pressas pelas autoridades suíças por meio de operação que forçou sua venda ao concorrente UBS.

Os especialistas, no entanto, divergem sobre o fato de a maior criptomoeda ser uma alternativa à atual crise bancária, ou seja, um ativo de proteção.

A tese de que o bitcoin seria uma reserva de valor como o ouro ou o dólar já foi questionada no ano passado, quando o “inverno cripto” começou. O BTC terminou 2022 no campo negativo (-66,43%, segundo dados levantados pelo Trademap), bem mais do que as Bolsas americanas – Dow Jones com queda de 8,93%, ante 33,41% da Nasdaq e 19,5% do índice S&P 500.

Para Vinicius Bazan, head de criptoativos da Empiricus Research, o bitcoin é uma espécie de ouro digital, já que não sofre impactos das políticas monetárias praticadas pelos governos.

Com a atual crise bancária, na visão de Bazan, a tese do bitcoin como principal alternativa ao sistema financeiro tradicional sai fortalecida. Ele frisa que o BTC se valorizou muito mais do que outras criptomoedas após a falência do banco SVB. “Isso mostra que o mercado quer comprar bitcoin, não outras moedas”, diz o especialista, que recomenda a alocação de até 5% da carteira em criptos. “Existe uma injeção de liquidez no mundo para salvar os bancos. E liquidez joga a favor de ativos de risco, como o bitcoin e as ações.”

Por outro lado, há quem veja nessa guinada do BTC mais especulação do que concretude. Isac Costa, professor de pós-graduação em Direito do Ibmec, afirma que faltam elementos para que a tese do bitcoin como reserva de valor seja chancelada.

“O ouro tem sido testado há anos como reserva de valor. A volatilidade do bitcoin e sua curta vida fazem com que os economistas discordem da tese de investimento como proteção contra efemérides financeiras”, diz Costa.

O professor ressalta que o investidor só deve colocar no mercado cripto a quantia que aceita perder na totalidade. “É um mercado que ainda tem muito a provar sobre sua capacidade de financiar empresas e projetos. Por ora, ainda é dominado por ondas especulativas que o aproximam de um mercado de apostas, infelizmente”, afirma Costa.

Para Bazan, da Empiricus, porém, o bitcoin estaria deixando para trás o “bear market” (mercado de baixa) que se instalou no ano passado para entrar em um “bull market” (mercado de alta). “A cripto deve se valorizar tanto num cenário de crise, como agora, quanto em um cenário de melhora econômica nos próximos anos.” Enquanto isso, o mercado aguarda as confirmações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/quebra-de-bancos-nos-estados-unidos-reacende-o-debate-sobre-investimento-em-bitcoin/ Quebra de bancos nos Estados Unidos reacende o debate sobre investimento em bitcoin 2023-03-27
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