Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2015
O cenário econômico, que combina recessão com inflação alta, tem feito aflorar uma prática pouco comum em tempos de vacas gordas: negociações entre inquilinos e proprietários para reduzir os preços dos aluguéis. Desde 2010, os aumentos cobrados pela locação de imóveis vêm desacelerando, de acordo com os dados do Índice FipeZap, que acompanha o preço de locação de imóveis em nove cidades do País. Naquele ano, os aluguéis subiram em média, 18,56%. Em 2011, 17,30%. Em 2012, 10,58% e, em 2013, 7,86%.
Em 2014, o aumento foi de 2,86% e, este ano, no acumulado até julho, os aluguéis caem 0,5%. Com a crise econômica, locadores têm cedido cada vez mais à pressão dos futuros moradores.
Estoque de imóveis
O diretor jurídico da Abadi (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis), Marcelo Borges, afirmou que há maior dificuldade em alugar imóveis este ano, o que aumenta o estoque do setor. Com isso, os proprietários, que dependem da renda do aluguel, estão mais sensíveis a negociações com locatários. Borges disse que as negociações são feitas tanto para novos aluguéis quanto para renovações de contratos antigos. Ele estimou que os descontos são feitos entre 5% e 12%.
Já a dona da RKG Imóveis, Andreia Gonçalves, estimou que as reduções para o aluguel de novos imóveis e daqueles desocupados há cerca de nove meses variam entre 10% e 20%.
“É o momento do inquilino. Os proprietários começaram a entender que precisavam ser mais flexíveis em relação aos preços dos imóveis e, com o agravamento da situação econômica, não é vantagem ficar com o imóvel fechado. A despesa é muito alta. O mercado é mais favorável a quem aluga”, disse o diretor de locação do Secovi-SP, Mark Turnbull.
O movimento dos preços reflete a queda pela procura por imóveis para alugar, em um momento em que empresas e pessoas estão com o orçamento apertado. (AG)