Quarta-feira, 08 de outubro de 2025

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Brasil Queixas contra golpes bancários crescem 88% na pandemia

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Aumento do número de contas digitais e do volume de transações bancárias na internet foi acompanhado pelas fraudes. (Foto: Reprodução)

De repente, uma notificação surge no celular. A mensagem é de uma amiga empresária pedindo ajuda para fazer um depósito urgente para um fornecedor. Foi a partir desse relato de um contato que a “chef” Carolina dos Wanis, 40 anos, descobriu ter sido vítima de um golpe: “Usaram uma foto minha publicada no perfil profissional e mandaram mensagens, dizendo que eu precisava pagar um fornecedor”.

Não houve prejuízos financeiros, mas a dor de cabeça foi grande. Ela precisou avisar a cada cliente que foi vítima de um golpe, porque eles estavam recebendo cobranças indevidas de número de telefone que parecia ser dela. Na última quarta-feira (14), policiais dos estados de São Paulo, Pará e Goiás prenderam os chefes de uma quadrilha que clonava contas de aplicativos de mensagens para aplicar golpes como o sofrido por Wanis. Eles compravam chips de celular e, usando a foto da vítima, criavam perfis falsos.

Depois, contatavam os amigos e parentes dizendo ter trocado de número e pediam ajuda com depósitos bancários. Segundo as investigações, o dinheiro ia para contas que eram alugadas pelos criminosos.

De falsas mensagens em aplicativos até a retirada de cartão por um fraudador que se passa por enviado do banco, os golpes bancários se tornaram mais frequentes durante a pandemia. De abril a junho deste ano, foram registradas 8.205 mil reclamações contra falta de sigilo e segurança de operações bancárias, segundo dados do Banco Central (BC). No mesmo período do ano passado, foram 4.357 queixas, um aumento de 88,3%.

Risco dos sites falsos

Para Daniel Dias, professor da FGV Direito Rio, o número de fraudes acompanha o crescimento da abertura de contas digitais e o maior volume de transações bancárias pela internet:

“Dentre esses novos usuários, que antes da pandemia resistiam ao uso ou não tinham acesso às ferramentas bancárias digitais, há uma número considerável de pessoas com menos intimidade e prática com o uso dessas ferramentas”, diz.

Levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também mostra que as instituições bancárias registraram aumento de 80% nas tentativas de ataques de phishing — quando o fraudador usa links e perfis falsos para roubar dados e informações das vítimas. Uma das estratégias dessa “pescaria digital” se baseia num site falso que simula a página de um e-commerce renomado.

Foi exatamente o que aconteceu com a consultora de vendas Thaynara Santos, de 30 anos, na sua primeira compra on-line. Ao pesquisar preços de um smartphone, ela se deparou com uma oferta atrativa de um site, sem perceber se tratava da imitação de uma grande varejista. Na hora, ela pagou o boleto pelo aplicativo do banco. Só descobriu a fraude ao baixar o aplicativo da loja verdadeira para acompanhar o pedido e não encontrar nenhum registro da compra.

“O site parecia seguro porque usava a logo da empresa, apresentava o endereço e o CNPJ verdadeiro e tinha a mesma identidade visual. Cheguei até a receber um e-mail após a compra com um falso código de rastreio. Perdi R$ 400 reais. Fiquei tão arrasada que decidi ir até uma loja física para não correr riscos novamente. Não me sinto mais segura de realizar uma compra virtual”, lamenta.

O advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Igor Marchetti, orienta que, em casos de fraude, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência.

“Em seguida, deve ser enviado o comunicado ao banco a fim de suspender o pagamento. O consumidor também deve denunciar ao Procon para serem tomadas medidas administrativas e de investigação. Caso a notificação para os responsáveis pelo falso site não resolva, pode-se ingressar com uma ação judicial para pedir o estorno do valor”, diz.

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https://www.osul.com.br/queixas-contra-golpes-bancarios-crescem-88-na-pandemia/ Queixas contra golpes bancários crescem 88% na pandemia 2020-10-17
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