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Política Quem assumiu a tarefa de defender o governo na sessão desta quarta na CPI da Covid foi o senador Flávio Bolsonaro

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Flávio é acusado de recolher parte dos salários de ex-funcionários de seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Quem assumiu a tarefa de defender o governo na sessão desta quarta-feira (14) na CPI da Covid foi o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. Ele refutou irregularidades, disse que o governo está sendo acusado de comprar vacinas, elogiou a depoente da reunião, tentou garantir o trabalho dos advogados dela e também bateu boca com alguns senadores. Seu alvo preferencial foi o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), que faz oposição a Bolsonaro.

Flávio citou reportagem do site “Poder 360” segundo a qual a Polícia Federal apura a ligação entre Renan e Francisco Maximiano, dono da empresa Precisa Medicamentos. A Precisa é a representante do laboratório indiano Bharat Biotech, que desenvolveu a Covaxin, a vacina mais cara negociada pelo Ministério da Saúde e centro de um escândalo envolvendo o governo federal.

O servidor da pasta Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), disseram que, em encontro com Bolsonaro em 20 de março, relataram que havia pressão dentro do ministério para liberar a Covaxin.

“Existem algumas investigações que dão conta de que houve, teria havido algum favorecimento, por parte da Precisa, para o senhor Milton Lyra, que, segundo a matéria, seria o operador, o laranja do senhor Renan Calheiros”, disse Flávio, que ainda complementou:

“Renan Calheiros, aqui nos corredores do Senado todos já sabem, se utiliza da qualidade de relator para fazer perseguição pessoal, em especial comigo.”

Renan rebateu:

“Eu nunca tive operador na minha vida. Minha vida sempre foi transparente, absolutamente transparente. Nunca me acusaram de ter operador. Quem é acusado de ter operador é o senador Flávio Bolsonaro. Quando ele se dirige a mim, eu acho que ele está se dirigindo à pessoa errada. Eu acho que ele deve estar dirigindo ao [Fabrício] Queiroz”, disse Renan, em referência ao ex-assessor de Flávio envolvido no escândalo das “rachadinhas”.

“Não, Lyra”, devolveu Flávio.

“Ao Adriano da Nóbrega”, continuou Renan, citando o PM do Rio de Janeiro e miliciano que foi morto pela polícia baiana.

“Ao Lyra”, insistiu Flávio.

“Por favor, me erra, entendeu? E responde às acusações que pesam sobre você”, devolveu o relator da CPI.

“Todas respondidas e nada comprovado, diferente do senhor”, respondeu Flávio.

Renan não se defendeu apenas. Também partiu para o ataque. Ao fazer perguntas à depoente, ele tentou traçar possíveis relações de Flávio com pessoas ligadas à Precisa. Ela disse desconhecer porém a existência dessas relações.

“É uma pergunta sem pé nem cabeça. O senhor sabe disso. Só pra registrar”, afirmou Flávio.

Em outro momento, reclamou do trabalho de Renan como relator.

“Quer induzir a depoente a falar o que ele quer! Que coisa chata, rapaz!”, disse o filho do presidente.

Outros senadores

Flávio também se desentendeu com os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS). Com Alessandro, o motivo foram os limites da assistência que os advogados podem prestar à depoente. O senador de oposição era contra os defensores responderem algumas perguntas no lugar dela. Alessandro também provocou Flávio por ele ter tirado a máscara em reuniões anteriores.

“Primeiro, parabenizar pela possibilidade da leitura, hoje, usando a máscara”, disse Alessandro.

Quando ele quis fazer perguntas sobre contratos anteriores da Precisa com o Ministério da Saúde para compará-lo ao que trata da compra da Covaxin, Flávio disparou:

“Isso não tem nada a ver com a CPI também. Pelo amor de Deus!”

Simone reclamou de palavras que Flávio disse fora do microfone e disse que, se repetidas, representaria contra ele no Conselho de Ética.

“No microfone, ele não tem coragem de falar o que disse para mim agora”, disse Simone.

“Que a senhora está induzindo a depoente a falar o que a senhora quer”, afirmou Flávio.

“Não, não foi isso o que o senhor disse”, rebateu Simone.

“Foi, foi!”, defendeu-se Flávio.

Em defesa do pai

Flávio afirmou que o presidente tomou providências ao receber o relato em 20 de março de que havia pressão pela liberação da vacina Covaxin. A denúncia foi feitas pelos irmãos Mirandas. Segundo a explicação dada anteriormente pelo governo, Bolsonaro mandou o Ministério da Saúde investigar, mas a pasta não achou nenhuma irregularidade.

“O presidente tomou as providências e foi o retorno que teve: que não havia nada de equivocado dentro desses procedimentos, como era o que tinha que voltar, porque as coisas todas foram feitas, as providências foram tomadas. Então, está muito claro que mais uma narrativa foi desmontada”, disse Flávio, que ainda ironizou:

“O governo Bolsonaro agora, diferente do início da CPI, está sendo acusado de ter pressa na compra das vacinas!”

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