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Mundo Rapper condenado a nove meses de prisão por tuítes contra a monarquia é preso na Espanha

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Posts foram publicados pelo rapper entre 2014 e 2016. (Foto: Reprodução)

Símbolo para alguns da liberdade de expressão na Espanha, o rapper Pablo Hasél foi preso nesta terça-feira (16) para cumprir uma pena de nove meses de prisão por tuítes que atacavam a monarquia e as forças de segurança. Em Madri e Barcelona, foram organizadas manifestações com milhares de pessoas em apoio a ele. Cerca de 200 artistas, entre eles o cineasta Pedro Almodóvar, o ator Javier Bardem e o cantor e compositor Joan Manuel Serrat, assinaram um manifesto em sua defesa.

Os policiais chegaram à Universidade de Lleida, na Catalunha, onde Hásel havia se refugiado na noite anterior com cerca de 200 apoiadores, por volta das 6h30m (horário local). Apesar de encontrarem algumas barricadas e contêineres para impedir seu acesso, conseguiram retirar os apoiadores do rapper sem “incidentes graves”.

Hasél foi levado diretamente para a prisão da cidade, informou Jordi Dalmau, chefe da polícia regional catalã na área.

“Eles nunca vão nos parar, não vão nos dobrar!” gritou o rapper quando a polícia o escoltava para fora da universidade. “Morte ao Estado fascista.”

Condenado a nove meses de prisão por tuítes publicados entre 2014 e 2016, Hasél tinha até sexta-feira (12) para se entregar voluntariamente e começar a cumprir a pena a que foi condenado sob a acusação de exaltar o terrorismo e insultar a Coroa e as forças de segurança. Nas mensagens, o rapper atacou a monarquia e chamou, por exemplo, de “mercenários de merda” as forças policiais, acusando-as de torturar e assassinar manifestantes e imigrantes.

Em 2014, o cantor já havia sido condenado a dois anos de prisão por glorificar o terrorismo em canções em que clamava pela morte da família real ou elogiava grupos extremistas responsáveis por ataques violentos. Na ocasião, a prisão não foi realizada porque o rapper não tinha antecedentes e a pena não ultrapassava dois anos.

Em entrevista por telefone, Hasél disse na sexta-feira (12) que não se entregaria à polícia. No início de fevereiro, ele já tinha dito que não iria pedir nenhum indulto e descartou a hipótese de rumar ao exílio.

“Eles terão que vir para me sequestrar e isso também servirá para que o Estado seja retratado pelo que é: uma falsa democracia”, declarou.

Na segunda (15), ele se entrincheirou no prédio da reitoria da universidade de sua cidade, Lleida, junto com dezenas de jovens que queriam dificultar sua prisão. “Eles vão me prender de cabeça erguida por não ceder ao terror”, postou o rapper em um de seus últimos tuítes, poucas horas antes da prisão.

O escândalo incomoda o governo de Pedro Sánchez, cuja porta-voz María Jesús Montero reconheceu na semana anterior que não havia “proporcionalidade” na condenação do rapper. O Executivo prometeu “uma revisão dos crimes relacionados aos excessos no exercício da liberdade de expressão”, com o objetivo de impor sentenças “dissuasivas” e não de prisão.

Parceiro minoritário da coalizão de governo, o partido de esquerda Podemos denunciou abertamente a situação. “Todos aqueles que presumem uma ‘plena normalidade democrática’ e se consideram progressistas, deveriam se sentir envergonhados”, tuitou a formação.

O caso de Hasél lembra o do rapper espanhol Valtonyc, que em 2018 partiu para a Bélgica horas antes de entrar na prisão para cumprir pena por insultos ao rei, glorificação do terrorismo e ameaças em suas canções. A Bélgica rejeitou a extradição solicitada pela Espanha, alegando que suas ações não constituem um crime sob a lei belga. O caso está em processo de apelação.

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