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Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2018
Em uma conversa que teve na noite de segunda-feira (26) com o presidente Michel Temer, o ministro Raul Jungmann pediu autorização para fazer as mudanças que julgar necessárias nos cargos vinculados ao novo Ministério da Segurança Pública. Temer, então, deu “carta branca” a Jungmann, segundo informações divulgadas pelo blog do jornalista Gerson Camarotti.
Na terça-feira (27), Jungmann trocou o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Fernando Segovia, e indicou para o cargo Rogério Galloro, atual secretário nacional de Segurança Pública. Auxiliares de Temer defendiam abertamente a manutenção de Segovia na direção-geral da PF. Justamente por essa pressão é que Jungmann pediu a “carta branca” ao presidente.
Jungmann conversou com Segovia após participar de uma reunião no Ministério da Justiça, na tarde de terça. Foi uma conversa franca e direta. Jungmann agradeceu os serviços de Segovia, mas disse que precisaria de uma pessoa de confiança no posto.
A escolha de Galloro não foi por acaso. Pesou o fato de o novo diretor-geral da PF ter atuado com Jungmann nas ações de segurança da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e também ter feito viagens com o ministro ao exterior.
Crime organizado
Durante a sua posse no novo ministério, Jungmann disse que quadrilhas continuam apavorando os cidadãos de dentro dos presídios e que o sistema carcerário brasileiro se tornou o “home office” do crime organizado.
“Se nós olharmos mais amplamente o que vem acontecendo com relação ao crime organizado, o cenário é tão desolador ou mais. […] Quadrilhas que continuam de dentro do sistema carcerário a apavorar a nossa cidadania. O sistema carcerário infelizmente continua a ser em larga medida home office do crime organizado”, afirmou o ministro.
Uma das funções de Jungmann no novo ministério será gerenciar o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), que, junto com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança, passará a ser coordenado pela nova pasta e não mais pelo Ministério da Justiça.
Jungmann ocupava o Ministério da Defesa desde o início da gestão de Temer, em maio de 2016. Com a saída dele, o general de Exército Joaquim Silva e Luna assumiu de forma interina o comando da pasta.
O Ministério Extraordinário da Segurança Pública foi criado por meio de medida provisória publicada na edição de terça-feira do Diário Oficial da União. Em seu discurso de posse, Jungmann afirmou que a criação do ministério tem o objetivo de integrar ações com Estados e municípios.
“Eu diria que a União precisa ampliar suas responsabilidades e coordenar e promover a integração entre os entes federativos, Estados e municípios”, declarou. O ministro defendeu o combate ao crime organizado, porém sem violar direitos humanos. “Combater duramente, enfatizo, duramente, o crime organizado, sem jamais desconsiderar a lei e os direitos humanos”, declarou.