Quarta-feira, 18 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de fevereiro de 2021
Uma funcionária enviada pelas Nações Unidas à Venezuela disse que as sanções dos EUA e da União Europeia estavam agravando a crise humanitária no país e recomendou aos Estados Unidos um relaxamento das medidas. O argumento foi classificado por parte da oposição venezuelana como “propaganda para o regime”.
Após uma visita de 12 dias, Alena Douhan, relatora especial da ONU para sanções, recomendou em um relatório preliminar que as penalidades sejam suspensas e que o governo venezuelano tenha acesso aos fundos estatais venezuelanos congelados nos EUA, Reino Unido e Portugal.
“Lamentamos as imprecisões da relatora e a falta de menção a temas como corrupção, ineficiência, violência política e uso da fome como instrumento de controle social e político”, escreveu no Twitter Miguel Pizarro, enviado do dirigente opositor Juan Guiadó à ONU. “Isso é se permitir ser usado para propaganda do regime.”
Em janeiro de 2019, Washington sancionou a estatal petrolífera PDVSA, em uma tentativa de provocar a queda do presidente Nicolás Maduro.
O governo de Maduro culpa as sanções pelos problemas econômicos da Venezuela — antes de´pôr a PDVSA na lista de empresas sancionadas em 2019, Washington implementou em 2015 suas primeiras sanções contra altos funcionários do governo venezuelano e, em 2017, emitiu algumas restrições financeiras à PDVSA.
“Sanções unilaterais duramente impostas pelos Estados Unidos, União Europeia e outros países exacerbaram as calamidades”, disse Douhan a repórteres, reconhecendo que o declínio econômico começou em 2014, com a queda nos preços do petróleo, e que a má gestão e a corrupção também contribuíram.
O setor da oposição da Venezuela comandado por Guaidó e autoridades americanas alegam que o colapso econômico do país começou antes da imposição de sanções econômicas. No entanto, parte da oposição também vem defendendo o alívio das punições, entre eles o ex-candidato presidencial Henrique Capriles.
O embaixador dos EUA na Venezuela, James Story — que mora na vizinha Colômbia desde 2019, quando os dois países cortaram relações diplomáticas — escreveu no Twitter que a crise da Venezuela se deveu à “corrupção do regime”, acrescentando que as sanções isentavam produtos como alimentos e remédios.
Vacina russa
Um primeiro lote de 100 mil vacinas Sputnik V, de 10 milhões acertadas com a Rússia, chegou à Venezuela no sábado (13), anunciou o governo de Nicolás Maduro. A carga chegou ao aeroporto internacional de Maiquetía, que serve Caracas, transferida de Moscou em avião da companhia aérea venezuelana Conviasa.
“Estamos orgulhosos da cooperação Rússia-Venezuela” em meio às sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos para tentar tirar Maduro do poder, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez à imprensa. “É o resultado de um trabalho frutífero” de ambos os países, disse o embaixador russo em Caracas, Sergey Melik-Bagdasarov. A Venezuela participou dos ensaios clínicos do Sputnik V.