Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2015
Um diagnóstico do trabalho escravo no Brasil, com destaque para o Amazonas, apontou que nos últimos anos, em algumas regiões e em alguns setores econômicos do País, a situação do trabalho escravo piorou.
O autor do estudo é o auditor-fiscal do Ministério do Trabalho e Previdência Social André Roston. “Uma coisa que observamos ao longo dos últimos anos: foi que a fronteira agrícola migrou ao longo do tempo, saiu do meio do Pará, saiu do Maranhão e de Rondônia, e boa parte dela migrou para o Oeste do Pará e para o Sul do Amazonas. Com essa migração, temos dois grandes fenômenos: o desmatamento e a abertura de fazendas. Está associado também, de um modo geral, com uma série de crimes ambientais, com grilagem de terra e um contexto de violência grande. Isso está muito associado com o trabalho análogo ao de escravo e as fiscalizações feitas no Sul do Amazonas têm mostrado essa realidade muito preocupante”.
Segundo o chefe da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho, Renan Kalil, o Brasil é eficiente na repressão à prática de trabalho escravo, mas precisa melhorar a prevenção. “O combate pode acontecer tanto no âmbito repressivo, que é tirar os trabalhadores da situação em que eles são encontrados de trabalho escravo, como no âmbito preventivo, que é evitar que o trabalhador volte a se encontrar nessa situação ou evitar que ele entre no ciclo de trabalho escravo”, disse o procurador. Ele apontou o País tem uma estratégia de repressão com sucesso considerável: foram mais de 50 mil trabalhadores resgatados ao longo de 20 anos. (ABr)