Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2022
Durante os três anos em que ocupou o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, o agora demissionário Boris Johnson, 58 anos, teve uma gestão tão atribulada quando seu cabelo branco em permanente desalinho. O período à frente de um dos mais influentes países do planeta foi marcado por declarações polêmicas e ao menos três escândalos de fazer corar as bochechas da rainha britânica.
A lista inclui uma promoção a aliado que era alvo de acusação por abuso sexual, festas proibidas na residência oficial em plena pandemia de coronavírus e uma reforma bancada com dinheiro de doador do Partido Conservador;
O caso em que Boris promoveu a vice-líder do Partido Conservador no Congresso um político acusado de ter apalpado dois homens foi apenas o estopim para o que levou ao anúncio da saída do premiê do cargo.
Ele já havia passado por outros escândalos, tendo sido acusado de mentir por consecutivas vezes, como quando violou as regras criadas por seu próprio governo e realizou festas durante o período de lockdown da pandemia. Relembre a seguir algumas das principais polêmicas envolvendo o premiê.
Escândalo sexual de aliado
A crise mais recente, considerada a gota d’água para a renúncia de Johnson, começou depois que ele nomeou o deputado Chris Pincher como vice-líder do governo no Parlamento. O parlamentar foi acusado de apalpar dois homens em um clube privado de Londres.
Boris havia dito não saber de nada das denúncias de abuso sexual quando o promoveu, mas foi revelado que ele já tinha conhecimento do caso desde 2019. O premiê recebeu fortes críticas de aliados pela mentira, e houve uma debandada de mais de 40 integrantes de seu governo nos últimos dias, incluindo assessores e ministros.
Os ex-ministros do Tesouro, Rishi Sunak, e da Saúde, Sajid Javid, estavam entre os nomes fortes do Executivo que deixaram os cargos, o que reforçou o enfraquecimento de Boris.
Festas em Downing Street
Desde o começo de 2022 que oposicionistas pediam a renúncia de Boris Johnson por ter promovido festas durante o período de regras rígidas de lockdown no Reino Unido em 2020 e 2021 devido à pandemia de covid. O caso ficou conhecido como “Partygate”.
Reuniões com convites enviados para mais de 100 funcionários do gabinete de Johnson ocorreram no jardim da residência oficial do governo, em Downing Street. Naquela época, visitas eram proibidas e encontros de duas pessoas só podiam ocorrer ao ar livre, com distanciamento de dois metros. As imagens das festas foram divulgadas pela imprensa e revoltaram os britânicos.
A polícia investigou 12 encontros. Tanto Boris quanto sua esposa, Carrie, acabaram multados. Integrantes do alto escalão do governo, como o ex-ministro Rishi Sunak também foram notificados e estão entre os punidos.
Reforma na residência oficial
Uma reforma no imóvel de Downing Street com dinheiro de um doador do Partido Conservador que teria complementado o financiamento público da obra também foi motivo de revolta contra o premiê em 2021.
O caso chegou a ser investigado pela Comissão Eleitoral da Grã-Bretanha. Segundo o jornal “The New York Times”, o partido de Boris foi multado em 17.800 libras (cerca de R$ 115 mil) por não informar corretamente a doação.
Apoio questionávela parlamentar
Em 2021, Boris também foi questionado por apoiar o político do Partido Conservador Owen Paterson, que teria violado regras sobre o funcionamento do lobby no país. De acordo com o “The New York Times”, o governo tentou alterar o sistema que investigava o caso, mas depois Johnson recuou.