Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2018
Medicações rotineiramente receitadas para queixas comuns das pessoas, como alergia e insônia, podem aumentar em até 60% o risco de AVC (acidente vascular cerebral). Muitos medicamentos comuns são conhecidos por terem as chamadas propriedades anticolinérgica – como diazepam, loratidina e atenolol.
Entre seus efeitos, esses remédios podem levar à interrupção na comunicação entre partes do sistema nervoso, manifestando-se na forma de sintomas como visão borrada, confusão e perda de memória.
Mais riscos
O estudo calculou o risco em 22 mil pessoas que consumiram drogas com essas propriedades. Os resultados mostraram que aqueles que tomavam medicamentos com um alto nível de efeito anticolinérgico tinham um risco aumentado de 59% de ter um acidente vascular cerebral e de 86% de morte por AVC.
O grupo de pesquisa já havia demonstrado anteriormente que esses tipos de medicamentos estão ligados a complicações na saúde, incluindo morte, demência, quedas e doenças cardiovasculares. No entanto, a associação entre anticolinérgicos e risco de AVC não tinha sido previamente identificada.
David Gamble, principal autor do estudo, explicou ao Daily Mail que medicamentos com efeitos anticolinérgicos têm demonstrado que afetam a inflamação, algo importante no período imediatamente após um acidente vascular cerebral, além de produzir ritmos cardíacos rápidos e irregulares, atrapalhando a capacidade do corpo de regular a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Apesar do resultado, esse é o primeiro estudo de seu tipo. Como acidente vascular cerebral é uma condição possível de ser evitada, os pesquisadores avaliam que a identificação de um novo fator de risco modificável teria um impacto significativo sobre o fardo global do acidente vascular cerebral.
Falta de vitamina D
Os impactos da falta de vitamina D no corpo ainda são uma incógnita para a ciência, mas um novo estudo encontrou uma relação entre a deficiência desse composto e a síndrome metabólica (conjunto de condições que aumentam o risco de doença cardíaca, de acidente vascular cerebral e diabetes) em mulheres no período pós-menopausa.
Para o estudo, a equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), acompanhou 463 mulheres entre 45 e 75 anos, por dois anos. Todas as participantes da análise estavam há pelo menos 12 meses na pós-menopausa.
A pesquisa relatou que a síndrome metabólica foi detectada em 57,8% das mulheres analisadas com insuficiência (níveis entre 20 e 29 ng/ml de sangue) ou deficiência (menor que 20 ng/ml) de vitamina D. Nas voluntárias que tinham níveis suficientes (30ng/ml ou mais), a síndrome só apareceu em 39,8% dos casos.
Segundo o estudo, publicado no periódico Maturitas, a explicação mais plausível para essa relação seria a influência da vitamina D na secreção e sensibilidade da insulina, hormônio secretado no pâncreas que tem importante papel na síndrome metabólica. “O receptor de vitamina D é expresso em células pancreáticas secretoras de insulina e em tecidos-alvo periféricos, como músculo esquelético e tecido adiposo. A deficiência de vitamina D pode comprometer a capacidade das células de converter a pró-insulina em insulina”, escreveram os autores.
Ainda de acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que o controle dessas taxas de vitamina D pode ser importante para diminuir os riscos de algumas doenças: “Os resultados sugerem que a suplementação e a consequente manutenção de níveis adequados de vitamina D em mulheres na pós-menopausa podem reduzir o risco de doenças”, disse Eliana Aguiar Petri Nahas, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMB e uma das autoras do estudo.
Os cientistas ressaltam, no entanto, que ainda são necessários mais estudos para confirmar a relação. “O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre a deficiência de vitamina D e os fatores de risco da síndrome metabólica em mulheres na pós-menopausa.”