Segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de agosto de 2015
Denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por recebimento de propina no esquema de corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarou à Folha de S.Paulo que tem “plenas condições” para seguir no comando da Casa. Ele comparou a sua situação à do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também investigado pela Operação Lava-Jato e que, desde 2013, é alvo de processo em segredo de justiça no STF, por falsidade ideológica e peculato.
“Ninguém cobra a saída do Renan. Há uma denúncia proposta pelo Supremo há dois anos e meio e que até hoje não foi decidida”, aludiu Cunha. “Mas eu acho que ele tem totais condições de presidir o Senado.”
Cunha tem insistido que não renunciará à Presidência da Câmara. No entanto, deputados de diferentes partidos, liderados pelo PSOL, farão um manifesto pedindo o seu afastamento. Governo e PT também desejam a saída. O grupo acha difícil que isso ocorra de forma imediata, pois o inimigo está enfraquecido mas ainda influente.
Mesmo pressionado, o deputado continua a mandar recados ao Palácio do Planalto, com quem rompeu em julho. “Quem faz esse movimento para me desestabilizar é quem deve estar preocupado com as consequências de minha atuação.”
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Na sexta-feira, Cunha participou de um evento da Força Sindical em São Paulo. Recebido aos gritos de “Cunha, guerreiro do povo brasileiro!” e “Mexeu com Cunha, mexeu comigo!”, ele voltou a alegar inocência. “Não há uma única prova contra mim nas páginas da denúncia.”
A sua defesa inclui insinuações de que parece “muito estranho” o fato de a denúncia contra ele ter saído no mesmo dia em que ocorreram atos em defesa da presidenta Dilma Rousseff em diversas cidades do País. “Querem me atingir com truques de comunicação.” (Folhapress)