Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2015
O cenário de crise econômica e da recessão, com altas de tributos, desemprego, inflação e endividamento das famílias continua levando as pessoas a retirar recursos da caderneta de poupança. De janeiro a agosto deste ano, os saques de recursos superaram as aplicações em 48,4 bilhões de reais, segundo informações divulgadas nessa sexta-feira pelo BC (Banco Central).
Conforme a instituição, é a maior saída para este período desde o início da série histórica, em 1995. O montante também superou, em muito, o valor de toda a entrada de dinheiro registrada em 2014, que foi de 24 bilhões de reais. Só no mês passado, a saída líquida (acima do valor dos ingressos) de valores da poupança bateu nos 7,5 bilhões de reais, a maior quantia dos últimos 20 anos de aplicações. Também foi o oitavo mês consecutivo de evasão de recursos da caderneta.
A drenagem de dinheiro da tradicional modalidade de investimentos acontece em um momento difícil da economia, de recessão técnica, com queda do PIB (Produto Interno Bruto) por dois trimestres consecutivos, alta da inflação, que até julho acumula subida de 9,56%, o maior percentual desde novembro de 2003.
Além disso, também subiram vários tributos em 2015, diminuindo a renda disponível da população. Avançaram impostos sobre empréstimos, importados, carros, cosméticos, cervejas, vinhos, destilados, bancos, receitas das empresas, taxas de fiscalização de serviços públicos, gasolina e exportações de bens manufaturados.
O governo federal limitou benefícios sociais, como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial, pensão por morte e aumentou os tributos sobre folhas de pagamentos. Todas estas medidas foram examinadas pelo Congresso. (AG)