Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2016
Ex-diretor de Comunicação Social do Senado e réu na ação da Operação Zelotes, Fernando César Mesquita disse estar respondendo ao processo sem que haja nenhuma prova contra ele.
Mesquita é acusado de ter recebido 78 mil reais para acompanhar a tramitação de uma MP (medida provisória) que concedeu incentivos fiscais ao setor automotivo, um dos alvos da investigação. “Não há absolutamente nada contra mim. Desafio provarem que cometi qualquer irregularidade. O que existe é uma perseguição, mas tenho certeza que o juiz não vai ceder à pressão”, argumentou.
Ele admitiu que conhece a maior parte dos lobistas acusados de atuarem em favor das montadoras junto ao governo, como Alexandre Paes dos Santos, o APS, José Ricardo da Silva e Mauro Marcondes.
Justificou, porém, que ocupou cargos públicos e trabalhou na imprensa, por isso manteve relação com os representantes dos mais variados ramos.
O ex-diretor da Casa Legislativa disse que jamais atendeu a pedido algum dos lobistas. “Sou amigo do APS há 30 anos. Ele uma vez me pediu para verificar uma determinada emenda apresentada por Gim Argello [ex-senador do PTB-DF]. Nem respondi e, depois, ele me falou que encontrou a tal emenda. Claro, tudo era público e transparente no Senado.”
Mesquita confirmou ainda que, em virtude da amizade, pediu dinheiro emprestado a APS, mas que isso não teve qualquer relação com o campo profissional de nenhum dos dois. “Ele me emprestou, sim, e mais de uma vez. Uma delas, pelo que me lembro, foram 20 mil reais. Agora, o restante, os supostos 78 mil reais, não sei de onde tiraram.” (Folhapress)