Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2022
De acordo com a pesquisa Ipespe, divulgada na última semana, menos de dois em cada dez (18%) beneficiários do Auxílio Brasil pretendem contratar o empréstimo consignado com desconto na folha do programa social.
Ademais, a pesquisa também revelou que 69% não estão interessados no crédito sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no início de agosto. Já outros 13% não souberam ou não responderam à pergunta.
A pesquisa também indica que entre os beneficiários do Auxílio Brasil, isto é, eleitores de baixa renda, Bolsonaro tem 29% das intenções de voto e Lula lidera com 51%.
Ainda segundo o Ipespe, 63% dos beneficiários do programa social afirmam saber a respeito da liberação do crédito consignado. Contudo, 37% desconhecem o assunto.
Com previsão de liberação para setembro, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil deve aumentar ainda mais o número de brasileiros endividados. O governo possibilitou que bancos oferecessem empréstimos, mas não estipulou um teto para os juros, se isentando da responsabilidade em caso de superendividamento.
Aproximadamente 4 em cada dez eleitores (43%) que recebem o Auxílio Brasil estão inadimplentes. Portanto, deixaram de pagar alguma conta no mês passado. Enquanto 48% conseguiram manter as contas em dia, indica a pesquisa PoderData.
De acordo com as regras anunciadas pelo governo, o valor da renda que poderá ser comprometida pelos beneficiários do Auxílio Brasil será de 40%. Dessa forma, até 35% poderá ser utilizado para o empréstimo pessoal e 5% poderá ser destinado a saques e despesas do cartão de crédito consignado.
A pesquisa do Ipespe foi contratada pela XP e entrevistou 2 mil eleitores entre 26 e 29 de agosto. Assim, nesse grupo, 18% afirma que recebe ou receberá pagamentos do Auxílio Brasil, ou mora com alguém que seja beneficiário do programa.
Parcela
Os pagamentos do Auxílio Brasil de agosto, com parcelas mínimas no valor de R$ 600, terminaram de ser pagos no último dia 22. Vale lembrar que esta rodada foi antecipada pelo governo federal. A previsão é que os pagamentos referentes a setembro comecem a ser pagos no dia 19 de setembro – isso, se não houver uma nova antecipação.
Os primeiros a receber serão os beneficiários que possuem o Número de Identificação Social (NIS) com final 1. O benefício será pago até o dia 30 de setembro para os demais segurados.
Um total de 20,2 milhões de beneficiários em condição de vulnerabilidade social recebeu o mínimo de R$ 600 em agosto referente ao Auxílio Brasil. O Ministério da Cidadania ainda não informou o número total de beneficiários de setembro, mas afirmou que governo pretende incluir no programa, a menos de um mês das eleições, 803,8 mil famílias — o que elevaria o número total de beneficiários a 21 milhões.
O adicional de R$ 200 para o Auxílio Brasil, que eleva o valor mínimo do benefício de R$ 400 para R$ 600, será válido entre agosto e dezembro deste ano. Esse acréscimo de valor está dentro da proposta de emenda à Constituição (PEC) e prevê gastos de R$ 41,2 bilhões em medidas de auxílio à população pobre e a algumas categorias profissionais.
O Auxílio Brasil é destinado a famílias em situação de extrema pobreza. Famílias em situação de pobreza também podem receber, desde que tenham, entre seus membros, gestantes ou pessoas com menos de 21 anos.
As famílias em situação de extrema pobreza são aquelas que possuem renda familiar mensal per capita de até R$ 105, e as em situação de pobreza renda familiar mensal per capita entre R$ 105,01 e R$ 210.