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Por Redação O Sul | 23 de maio de 2017
A mudança da estratégia jurídica do presidente Michel Temer começou a ser discutida no fim de semana, quando ele percebeu que um julgamento desfavorável ao pedido de suspensão do inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) poderia funcionar com uma espécie de “sentença de morte” que decretaria o fim antecipado de seu governo.
Depois que as cúpulas do PSDB e do DEM (dois dos principais partidos de apoio ao governo no Congresso Nacional) tomaram o veredicto do plenário do STF – anteriormente marcado para esta quarta-feira – como parâmetro para a decisão de permanecer ou não na base aliada, Temer vislumbrou que a tática até então estabelecida havia se tornado uma verdadeira armadilha política.
Principal alvo das delações do grupo frigorífico JBS/Friboi, o chefe do Executivo federal foi alertado por conselheiros de que havia riscos de sofrer uma derrota na Corte e, dessa forma, toda a estratégia traçada poderia se transformar em um divisor de águas contra o governo.
A avaliação feita no Palácio do Planalto foi a de que, se o plenário da Corte referendasse o parecer do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, mantendo a investigação contra o presidente da República, a crise política aumentaria e a situação do presidente se tornaria praticamente insustentável. Mais do que já está, segundo acusam opositores.