Terça-feira, 07 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2016
Em meio à possibilidade de o leite materno transmitir zika às crianças, especialistas das sociedades estadual e brasileira de Pediatria estão divididos se mães infectadas pelo vírus devem continuar amamentando seus filhos.
Na corrente mais cautelosa e que considera a troca do leite humano por outro tipo está o infectologista Paulo César Guimarães, da Sociedade Brasileira do Rio de Janeiro e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis. O temor é por conta da Síndrome de Guillain-Barré, doença provocada pelo vírus e que compromete os movimentos do corpo.
“Ainda não sabemos quanto tempo a zika pode ficar no organismo. Temos poucas informações científicas, então acredito que o melhor é a lactante cujo exame PCR deu positivo para a zika conversar com o médico e verificar se o melhor não é interromper a amamentação”, recomendou Guimarães, que acrescentou que, nos demais casos, é para manter o consumo de leite materno normalmente. Ele recomendou aos casais que se previnam nas relações sexuais, mesmo após o fim dos sintomas da zika.
Já o presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Luciano Borges Santiago, destacou que o leite humano não tem contraindicação para casos do vírus, entretanto, demonstrou dúvida sobre o potencial contaminante via lactação. “É leviano dizer que a criança pode pegar zika da mãe na amamentação, assim como também é falar que [o aleitamento] não transmite”, disse Santiago.
Ele ressaltou que a SBP segue orientações do Ministério da Saúde, que apoia o aleitamento até que apareça o primeiro caso de infecção. A Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro defende a amamentação. (AD)