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Brasil Rival de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, governador paulista afaga Sérgio Moro e aproveita sua imagem

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Doria busca se viabilizar como alternativa eleitoral em espectro político já congestionado. (Foto: Governo de SP)

Pressionado pela divulgação de mensagens da época em que atuava na Operação Lava-Jato, o ministro Sérgio Moro (Justiça) recebeu afago do governador João Doria (PSDB), que entregou a ele a principal honraria do Estado de São Paulo na última sexta-feira (28). Rival do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais de 2022, governador paulista afaga Sérgio Moro e aproveita sua imagem. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Ao receber a Ordem do Mérito, o ex-juiz reclamou dos “vários ataques” que vem sofrendo e criticou “um certo revanchismo”, referindo-se aos questionamentos à sua imparcialidade no julgamento de processos como o do ex-presidente Lula (PT).

O gesto de Doria contrasta com a postura ambígua do presidente Bolsonaro, que demorou quatro dias para se pronunciar em defesa de Moro quando as primeiras mensagens foram publicadas e, depois, disse que “não existe confiança 100%”.

O tucano é apontado como candidato à Presidência em 2022, condição que foi reforçada nos últimos dias por declarações do atual ocupante do Planalto. Na cerimônia da sexta-feira, o governador não mencionou Bolsonaro, encerrando uma semana de desgaste na relação dos dois, por causa do imbróglio sobre a possível saída da Fórmula 1 de São Paulo.

Durante seu discurso no Palácio dos Bandeirantes, Moro classificou como “um falso escândalo” o episódio das mensagens divulgadas inicialmente pelo site The Intercept Brasil. As conversas mostram proximidade entre o então juiz e procuradores do Ministério Público Federal que integravam a força-tarefa.

Ele agradeceu à mulher, Rosangela Moro, que o acompanhava na solenidade, pelo suporte ao longo do período em que atuou na operação e agora, como ministro. “Não tem sido muito fácil”, desabafou.

“Nas últimas três semanas, tenho sofrido vários ataques. Achei que a Operação Lava-Jato tinha ficado para trás, mas um certo revanchismo às vezes reaparece”, disse o ministro, aludindo às conversas que vieram à tona em 9 de junho.

Em sua fala, o membro da equipe de Bolsonaro também expressou gratidão ao presidente e afirmou que o superior “tem prestado o seu apoio” desde o início da crise provocada pelos vazamentos. Bolsonaro repete que o ex-juiz é um patrimônio nacional.

Cercado de membros do governo e parlamentares, Doria usou o evento para exaltar Moro como símbolo do combate à corrupção, agradeceu pela contribuição dele na transferência de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) para presídios federais —a justificativa oficial para a homenagem— e atacou Lula.

“O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas”, discursou Doria, sob aplausos.

Doria anunciou a intenção de dar a medalha a Moro no dia 14, durante um jantar em sua homenagem no Rio de Janeiro. A decisão foi oficializada em um decreto assinado por ele três dias depois.

Provável candidato à sucessão de Bolsonaro, o governador se apressou em fazer um aceno a Moro para reforçar o elo com seus potenciais eleitores em uma disputa nacional, na avaliação de aliados do tucano.

O entendimento é o de que o apoiador de Doria é fundamentalmente antipetista e, por consequência, favorável ao trabalho de Moro e da Lava-Jato. Desde quando era prefeito da capital, o tucano busca antagonizar com o PT.

Outro possível ganho embutido na aproximação é a nacionalização de sua imagem, lembram correligionários do tucano. Estar bem na foto com aquele que detém a aura de herói para uma parcela dos brasileiros pode se reverter em voto lá na frente.

A tentativa de expandir sua imagem, ampliando a influência para além das fronteiras paulistas, pôde ser vista também no discurso que Doria fez ao entregar a comenda a Moro. Mais de uma vez, ele fez referência em sua fala “aos brasileiros de São Paulo”.

Tanto aliados quanto opositores não tiveram dúvida de que o gesto desta sexta é parte do cálculo político do tucano de olho em 2022. Ele frisou que a decisão foi um agradecimento a Moro pela parceria no episódio do PCC e um reconhecimento ao trabalho dele no combate ao crime.

Publicamente, Doria desconversa quando questionado sobre o plano de tentar a Presidência.

Nos últimos dias, Bolsonaro contribuiu para antecipar o calendário da sucessão. Ele afirmou não descartar disputar a reeleição e passou a dizer abertamente que vê Doria como candidato.

Uma dessas manifestações foi feita em meio ao debate sobre a migração do GP Brasil de F-1 para o Rio, ideia que desagrada ao governador paulista.

Doria reagiu com ironia à fala do presidente de que havia 99% de chances de a prova ser transferida para o Rio. Disse que “só a cavalo” é possível chegar a Deodoro, circuito que passaria a sediar a prova.

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