Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2017
Os próximos 33 dias serão os últimos de Rodrigo Janot à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República) — e, também, uma corrida contra o tempo para colocar o trabalho em dia. Atualmente, dos 50.329 processos que aguardam decisão no STF (Supremo Tribunal Federal), 962 estão na PGR. O número corresponde a 1,9% do total. A intenção de Janot é devolver à Corte boa parte desses processos para limpar as gavetas antes de sua sucessora, a subprocuradora da República Raquel Dodge, assumir o cargo no dia 18 de setembro.
As prioridades serão despachar o quanto antes os processos referentes à Lava-Jato e analisar as ações diretas de inconstitucionalidade. Para fechar o mandato marcando posição, Janot deve remeter ao STF, nos próximos dias, nova denúncia contra o presidente Michel Temer — desta vez por obstrução à Justiça, organização criminosa ou por ambas.
O temor da equipe de Janot é que sua sucessora não dê continuidade ao trabalho feito por ele nos últimos quatro anos — em especial as investigações da Lava-Jato, incluindo a condução dos acordos de delação premiada que estão sendo negociados. As duas equipes têm feito reuniões para discutir a transição, embora o diálogo entre os investigadores não seja dos mais profícuos. Daí a preocupação de Janot de enviar ao STF o maior número de processos possível para deixar sua marca nas causas que considera mais importantes.
Nas ações da Lava-Jato que aguardam decisão de Janot, estão os inquéritos mais antigos sobre os desvios da Petrobras. Aguardavam despacho de Janot, também no dia 7 de agosto, 16 ações penais e 137 inquéritos. Nesse montante, havia 23 inquéritos da Lava-Jato e sete que foram abertos a partir de provas colhidas na Operação Lava-Jato, mas acabaram sendo redistribuídos para a relatoria de outros ministros por falta de ligação direta com os desvios da Petrobras. Na sexta-feira, estavam na PGR 15 ações penais e 120 inquéritos. (AG)