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Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2017
As contas do setor público consolidado, que engloba o governo federal, Estados, municípios e empresas estatais, registraram um rombo de R$ 21,25 bilhões em setembro, informou o BC (Banco Central) nesta segunda-feira (30). Isso significa que as despesas somadas superaram o total de receitas. Essa conta é feita pelo conceito primário, que não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública.
Os números do BC mostram que o rombo foi 20% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado (R$ 26,64 bilhões). A comparação com igual período do ano anterior é considerada a mais apropriada por especialistas. Esse foi o melhor resultado para setembro desde 2015, quando o déficit primário somou R$ 7,31 bilhões, segundo dados do BC.
Acumulado do ano
Já no acumulado dos nove primeiros meses deste ano, o déficit fiscal das contas públicas, ainda no conceito que não contabiliza os juros da dívida pública, atingiu R$ 82,11 bilhões. Com isso, houve melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o rombo fiscal somou R$ 85,5 bilhões. De acordo com o Banco Central, o rombo nos nove primeiros meses de 2017 ocorre pelo desempenho das contas do governo federal, que registraram resultado negativo de R$ 100,87 bilhões.
Após despesas com juros
Quando se incorpora na conta os juros da dívida pública, no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional, o resultado negativo sobe para R$ 53,3 bilhões em setembro e para R$ 385 bilhões nos nove primeiros meses do ano, o equivalente a 7,94% do PIB (Produto Interno Bruto).
Já em 12 meses até setembro deste ano, o rombo fiscal somou R$ 567 bilhões, o equivalente 8,75% do PIB – valor elevado para padrões internacionais e também para economias emergentes. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
Segundo o Banco Central, a dívida líquida do setor público avançou para R$ 3,29 trilhões em setembro, ou 50,9% do PIB. Em agosto, era de R$ 3,24 trilhões, ou 50,2% do PIB. A dívida líquida considera os ativos do País, como, por exemplo, as reservas internacionais – atualmente ao redor de U$ 370 bilhões.
Meta fiscal
Para todo ano de 2017, o objetivo foi revisado de um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) de até R$ 143,1 bilhões para um rombo de até R$ 163,1 bilhões para as contas do setor público consolidado.
No ano passado, o rombo fiscal somou R$ 155,7 bilhões, o maior da história. Em 2015, o déficit fiscal totalizou R$ 111,24 bilhões. Para tentar fechar as contas neste ano, o governo anunciou a instituição do IOF para cooperativas e a tributação sobre combustíveis, além do bloqueio de cerca de R$ 33 bilhões em gastos públicos.