Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2016
As contas do setor público consolidado, que engloba o governo federal, Estados, municípios e empresas estatais, registraram no ano passado o maior rombo da série histórica, iniciada em 2001, informou BC (Banco Central) nesta sexta-feira (29). Esse foi o segundo ano seguido que as contas ficaram no vermelho.
No ano passado, as contas públicas apresentaram um déficit primário (receitas menos despesas, sem a inclusão dos juros da dívida) de 111,24 bilhões de reais, ou 1,88% do PIB (Produto Interno Bruto). Até então, o pior resultado para um ano fechado havia sido registrado em 2014 (-32,53 bilhões de reais, ou 0,57% do PIB).
O fraco resultado das contas públicas em 2015 está relacionado com a recessão que se abateu sobre a economia brasileira, impactando para baixo o recolhimento de impostos e contribuições do governo, Estados e municípios. Além disso, também foi contabilizado, no último ano, o pagamento integral das chamadas pedaladas fiscais pelo governo federal – recursos que eram devidos aos bancos públicos.
O desempenho das contas públicas no ano passado está relacionado principalmente com o resultado ruim das contas do governo federal. Em 2015, o governo teve déficit primário de 116,65 bilhões de reais, enquanto os Estados e municípios tiveram superávit primário de 9,68 bilhões de reais, e as estatais registraram resultado negativo de 4,27 bilhões de reais.
Déficit nominal
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta, no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, houve déficit de 613 bilhões de reais no ano passado, o equivalente a expressivos 10,34% do PIB. Trata-se do pior resultado da história para o conceito em 12 meses. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco na determinação da nota dos países. (AG)
