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Rota equivocada

No acumulado do ano, as receitas somam R$ 714,2 bilhões, alta de 6,8% na comparação com o mesmo período de 2017. (Foto: EBC)

Várias causas determinam dificuldades ao prefeito Nelson Marchezan Júnior na aprovação de projetos do pacote enviado a 26 de abril de abril deste ano para a Câmara.

Uma delas é o apoio explícito de entidades empresariais à redução de benefícios dos servidores municipais e ao aumento do IPTU. Muitos vereadores, nos encontros com as bases eleitorais, passaram a ser identificados como tutelados, o que lhes causou constrangimentos. Posicionar-se contrariamente aos projetos foi a maneira de demonstrar independência.

Trincheira resistente

Outra dificuldade do Executivo é a artilharia comandada por Cláudio Janta e Dr. Thiago a que se somam vereadores do PDT, do PP, do PT e do PSOL.
Janta, do Partido Solidariedade, foi líder do governo na Câmara a partir de janeiro do ano passado. Sete meses depois, soube de sua destituição por meio do noticiário de rádio, em um final de tarde, quando se dirigia para a Zona Sul da cidade. Nenhum e-mail, telefonema, WhatsApp ou encontro para a comunicação. A reação não poderia ser outra. Na linha de ataque, soma-se o Dr. Thiago, filiado ao DEM, partido reconhecidamente conservador.

Seus discursos na tribuna são corrosivos.

Sob pressão

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou, por 29 votos a 16, na quinta-feira, o pedido de abertura do processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella. Amanhã, o futuro do prefeito Marchezan Júnior estará nas mãos de 36 vereadores. O pedido é o mesmo, mas não terá maioria para aprovação.

O argumento de que o repasse à Carris, além do valor aprovado no orçamento, é considerado insuficiente por várias bancadas. Em caso de obter maioria, o impeachment cairia no Judiciário, sob alegação de que o serviço de transporte prestado pela empresa da Prefeitura não poderia parar.

Temporada dos favores

A única certeza para o próximo ano é que as contas do governo federal terão déficit de 140 bilhões de reais. Mesmo assim, com a proximidade das eleições, é comum a prática de populismo usando dinheiro alheio. No meio da semana, deputados e senadores mostraram que não conhecem limites: aprovaram medidas que resultarão em gastos adicionais de 100 bilhões de reais por ano a partir de 2019. O certo é que o futuro presidente não terá condições de cumprir.

O que está ruim pode piorar

As primeiras análises do orçamento federal para 2019 revelam que obras de infraestrutura, vitais para impulsionar o crescimento econômico, sumiram do mapa. Como o setor privado também não está investindo, em função das incertezas políticas, o Produto Interno Bruto continuará patinando.

Dinheiro desviado

De 1º de janeiro deste ano até ontem à noite, o governo federal tinha recolhido 1 bilhão e 482 milhões de reais na rubrica Cide. É a sigla de Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico, criada em 2001.

A cobrança é feita na venda de gasolina, diesel, querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo e álcool etílico combustível.

Do total arrecadado, 71 por cento vão para o orçamento da União e 29 por cento distribuídos entre os estados. Diz a lei que se destina a programas ambientais para reduzir os efeitos da poluição causada pelos combustíveis e infraestrutura de transportes. Mera ficção. Seguei direto para o pagamento de contas sempre atrasadas dos governos.

Território da falsidade

Estão circulando e-mails em nome da Justiça com suposta convocação de eleitores para trabalhar como mesários. A seguir, informam uma senha falsa para acessar documentos, contendo links com vírus. A mensagem pede ainda a atualização de dados cadastrais.

O Tribunal Regional Eleitoral só envia e-mails com prévia autorização do interessado em formulário registrado no cartório.

Canal à disposição

Qualquer um poderá formalizar denúncias de irregularidades em propaganda eleitoral nas rua ou pela Internet. A iniciativa do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais já está funcionando e se estenderá aos demais Estados.

Zona da incerteza

Quando partidos abandonam o barco às vésperas das eleições, confirma-se o ditado: certos governos não têm aliados, têm usuários.

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